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Ethanol Trading deve ser lançada até final deste mês

As usinas de açúcar e álcool do país devem anunciar até o final deste mês (maio) o lançamento da Ethanol Trading, empresa voltada para a exportação de álcool. Organizada por produtores do Centro-Sul e Nordeste, a nova trading pretende prospectar novos mercados para o álcool e expandir os negócios nos tradicionais mercados.

Segundo Roberto Gianetti da Fonseca, superintendente da nova trading, a idéia é que as usinas que fazem parte da Ethanol Trading criem estoques reguladores para dar garantia de abastecimento aos potenciais importadores do produto. “Estamos criando um novo canal de exportação”, disse. Os estoques da nova trading para o mercado externo estão estimados em 1 bilhão de litros, de acordo com analistas de mercado. As projeções são de que o país exporte entre 1,1 bilhão e 1,2 bilhão de litros nesta safra, ante 700 milhões de litros da safra passada.

Para Gianetti, o Brasil tem espaço no mercado internacional, uma vez que vários países sinalizam a intenção de utilizar o álcool como combustível.

Relatório da International Sugar Organization (ISO) mostra que o Brasil deverá manter a liderança no mercado internacional de açúcar até pelo menos 2010, em razão dos seus baixos custos de produção. Para o álcool, o Brasil tem potencial para crescer, mas a liderança na produção pode ser desbancada pelos Estados Unidos.

De acordo com a ISO, a liderança do Brasil em açúcar não será abalada mesmo com o desvio da produção para o álcool no mercado interno e externo. A entidade internacional leva em consideração em sua análise o fato de a produção brasileira de cana crescer ano a ano.

A ISO tem uma postura mais conservadora para as projeções de crescimento das exportações brasileiras de álcool. A entidade projeta exportações de 2 bilhões de litros de álcool para 2010, contra 1,2 bilhão de litros de álcool para este ano. Os estudos consideram que o mercado global de álcool ainda está em formação, mesmo com os pesados investimentos dos Estados Unidos neste setor. Também não levam em consideração um possível acordo entre Mercosul e União Européia.

No mercado interno, a demanda por álcool tem crescido com os investimentos das montadoras de veículos nos modelos flex-fuel. Segundo a ISO, esse mercado pode dar impulso aos negócios no país com álcool.

A demanda desde fevereiro cresceu em 100 milhões de litros no Centro-Sul do país, em razão dos baixos preços do álcool. As exportações da região estão em 100 milhões de litros em média por mês, de acordo com a Unica.