A defesa da produção de etanol virou, na política americana, “a coisa mais próxima de uma experiência religiosa”, ironiza, nesta terça-feira, matéria do jornal Washington Post.
A “conversão ao etanol”, diagnosticada pelo diário da capital dos Estados Unidos, já arrebatou antigos oponentes da produção do combustível alternativo, entre eles a senadora democrata de Nova York, Hillary Clinton, e seu colega republicano do Arizona, John McCain.
-A senadora Hillary Clinton experimentou a conversão em maio do ano passado. Opositora de longa data do apoio federal ao biocombustível à base de milho, ela reverteu sua posição e endossou incentivos ainda maiores do que aqueles contra os quais votou (no passado), afirmou o jornal.
-Até o senador McCain, opositor ardente do etanol, disse que quer dar ao tema uma nova análise.”
O Post diz que, “por anos, o etanol foi tido como uma maneira de distribuir subsídios disfarçados de causa ambiental. Agora, é aceito como solução primordial para o aquecimento global e as importações de petróleo”.
Mas políticos apostando na popularidade do etanol devem estar cientes de que o tema “parece estar perdendo valor de campanha”, afirma a matéria.
O texto diz que o biocombustível já está tão aceito que o eleitorado parece simplesmente endossar as palavras do senador republicano Charles Grassley, de Iowa: “Hoje, o eleitorado meio que espera que todos apóiem o etanol – não importa se renasceram como pessoas do etanol ou se são da velha guarda”.