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Etanol Trading investe em confiabilidade

Empresas de países como o Japão já importam etanol do Brasil, mas em quantidades relativamente modestas – algumas centenas de milhões de litros por ano. Essas compras poderiam ser bem maiores, se houvesse uma articulação adequada entre os produtores – as usinas e destilarias.

“No Japão, por exemplo, já existe sinal livre do governo para a adição de etanol à gasolina. Em percentuais baixos a mistura não exige qualquer adaptação tecnológica. Mas calcule o volume que o Japão precisaria importar de etanol para uma adição de 5% na gasolina – você vai chegar numa demanda entre 6 e 9 bilhões de litros ao ano. Só para comparar, o Brasil produz entre 12 e 14 bilhões de litros. Há uns quatro anos comitivas japonesas, oficiais ou privadas, freqüentam o Interior paulista em busca de negócios. Mas eles querem garantia de fornecimento, a longo prazo, de grandes volumes. E não dá para negociar simultaneamente com centenas de usinas – são mais de 300 no Brasil”, explica José Eduardo Molina, consultor do Ciesp/Sertãozinho.

“É exatamente nesse nicho que as usinas estão investindo ao criar a Etanol Trading, que está na fase final de formatação. A trading vai oferecer contratos com garantia de fornecimento a longo prazo e manter também um estoque regulador mínimo. Ou seja, as usinas estão investindo para dispor da confiabilidade exigida por grandes importadores do exterior”, analisa.

A Etanol Trading será oficializada até o final do ano – no momento se desenvolve um trabalho de convencimento e esclarecimento das usinas dispostas a investir na iniciativa. Essas usinas vão entrar como acionistas – e a maior parte do capital da trading será formado pelo próprio produto a ser exportado, o etanol.