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Etanol terá nos EUA sua maior luta

O etanol brasileiro, de cana-de-açúcar vai enfrentar nova batalha este ano – a principal delas, segundo a Associação da Indústria de Cana de Açúcar do Brasil (Unica). Atendendo o lobby dos produtores de etanol dos Estados Unidos, que usam o milho como matéria-prima, dois deputados da bancada ruralista, em Washington – o democrata Earl Pomeroy e republicano John Shimikus –, apresentaram, na semana passada, um projeto de lei para tentar prorrogar por mais cinco anos os subsídios aos plantadores de milho e as tarifas à importação de etanol.

A atual legislação prevê dois tipos de benefícios aos produtores americanos. Um deles é o subsídio: para cada galão de gasolina com etanol, os produtores americanos de etanol ganham um crédito de US$ 0,45 para ser abatido em impostos. O outro é a tarifa de importação, que impõe taxa de US$ 0, 54 por galão sobre o etanol brasileiro. Essa lei vigora até o fim do ano.

No ano passado, os usineiros brasileiros conseguiram grande vitória nos EUA, com o reconhecimento, pela Agência de Proteção Ambiental (EPA), de que o etanol produzido a partir da cana é um biocombustível avançado, que reduz em ao menos 40% a emissão de dióxido de carbono em relação à gasolina. A decisão da EPA abre as portas para o mercado americano. A proposta foi imediatamente contestada por produtores do Brasil e pela indústria alimentícia dos EUA, que acaba pagando mais pelo milho que não é destinado ao etanol.