O diretor executivo do Sindicato das Indústrias sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool), Jorge dos Santos, disse ontem não ver motivos para uma nova alta nos preços do etanol no Estado.
Em janeiro deste ano, os preços chegaram a R$ 1,89, porém, o setor estava em período de entressafra e os estoques estavam baixos. Com o início da safra, os preços despencaram em Cuiabá para R$ 1,56 e, mesmo com a colheita ainda não tendo sido concluída no Estado, o setor de revenda de combustíveis já cogita nova alta, agora para R$ 1,69.
“Não enxergamos razões econômicas para uma nova alteração nos preços”, disse Santos, lembrando que as indústrias permanecem com seus preços estabilizados. A decisão de aumentar os preços do etanol, segundo informações do Sindicato dos Revendedores de Derivados de Combustíveis (Sindipetróleo), foi tomada com base no reajuste praticado pelas distribuidoras.
Outra justificativa para a alta, segunda a qual a produção teria registrado quebra nesta safra, também não procede, na opinião de Jorge dos Santos. “Ainda estamos em fase de produção e a quebra talvez nem se confirme”, disse. “Não notamos variação de preços da usina para as indústrias, por isso não entendemos até agora por que querem aumentar os preços do etanol. A entressafra ainda nem começou”.
Santos admitiu que um reajuste nos preços poderá até ocorrer caso se confirme uma quebra de produção. “Mas até o final de outubro a situação está tranqüila e não há nada que justifique uma alteração nos preços para o consumidor”.
Ele admite que a cana-de-açúcar plantada este ano, para ser colhida em 2011, passou por um forte período de estiagem. “Tivemos uma quebra de 9% na cana-de-açúcar e de 3% na produção de álcool, mas até agora as usinas não repassaram [aumento de preços para as distribuidoras] e ainda estamos torcendo para que a chuva promova uma recuperação nos canaviais”.
De acordo com levantamento realizado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço médio do etanol das distribuidoras não sofreu variação no período de 29 de agosto a 25 de setembro. Nos postos revendedores de Cuiabá, os preços neste período também permaneceram estabilizados em R$ 1,57. (MM)