Diante da crise climática, soluções rápidas e de baixo custo para descarbonizar o setor de transportes estão se tornando cada vez mais urgentes. O etanol desponta como uma alternativa eficaz e acessível para reduzir as emissões globais, segundo o livro “Bioethanol: fast track to mobility decarbonization”.
A prévia da publicação, coordenada pelo professor Luiz Horta Nogueira e apoiada por instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), foi lançada durante o encontro do G20 em Foz do Iguaçu (PR), na última terça-feira (1).
O sumário executivo do livro, que será oficialmente lançado no início de 2025, destaca a relevância do etanol como um instrumento de transição energética. Para José Luís Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo do BNDES, o Brasil possui uma vantagem competitiva importante nesse campo. “O Brasil tem muito a contribuir no cenário global, com sua vasta experiência na produção e uso de biocombustíveis”, afirmou.
O impacto global do etanol foi ressaltado com o exemplo da Índia, que em apenas cinco anos alcançou a marca de substituir 20% da gasolina por etanol em seu consumo nacional. “O Brasil tem o dever de mostrar ao mundo que existem alternativas acessíveis ao petróleo, com custos reduzidos e menos necessidade de investimentos”, reforçou Gordon.
A apresentação do livro no G20 faz parte de uma estratégia diplomática do Brasil de impulsionar o uso do etanol em mercados internacionais, criando um ambiente mais favorável para a expansão do biocombustível.
De acordo com o Embaixador e Secretário de Energias Renováveis do Itamaraty, André Corrêa do Lago, “a experiência brasileira com o etanol é uma das mais bem-sucedidas globalmente, e queremos compartilhar esse conhecimento com outros países que buscam alternativas sustentáveis.”
Além dos esforços internacionais, o Brasil também avança em iniciativas domésticas para expandir o uso de biocombustíveis. Na próxima semana, será sancionado o PL do Combustível do Futuro, que aumentará o percentual de mistura de etanol na gasolina de 27% para 35%.
Segundo o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o país tem um histórico de políticas públicas bem-sucedidas, como o Proálcool e o RenovaBio, e o novo PL reforça o compromisso do Brasil com a sustentabilidade e a redução de emissões. “Nossa experiência pode servir de modelo para muitas nações que buscam descarbonizar seus setores de transporte”, concluiu Silveira.