O aumento da mistura de etanol na gasolina nos Estados Unidos, que passa dos atuais 10% (E10) para 15% (E15) somente para carros produzidos de 2007 em diante, não altera o quadro em termos de exportações de etanol brasileiro para os EUA, segundo informação da União da Indústria de Cana-de-Açúcar. A decisão foi anunciada ontem pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency – EPA).
Para o Brasil, o volume adicional que pode ser gerado pela decisão da EPA não representa qualquer acréscimo nas exportações, já que a atual tarifa de importação sobre o etanol brasileiro permanece inalterada. “Muitos grupos ligados à indústria americana de etanol argumentaram recentemente que depois de 30 anos de subsídios e barreiras comerciais, a indústria do país estaria preparada para competir sem esta proteção, desde que o governo oferecesse mais acesso. Com a decisão da EPA de aumentar os limites, em mais de 50% para novos veículos, podemos dizer que esse dia chegou,” afirmou o representante-chefe da UNICA para a América do Norte, Joel Velasco.
A EPA abriu a questão do aumento da mistura para consulta pública em abril de 2009 para avaliar opiniões sobre a medida. A consulta pública foi decida em função do pedido, lançado pela indústria de etanol americana em março de 2009, para que o aumento fosse implantado. Na ocasião, a UNICA enviou comentários relatando a experiência brasileira com a mistura de etanol à gasolina em larga escala desde a década de 70, mostrando ainda os aspectos técnicos que permitem apoiar o aumento para 15%.
“Quase um século de experiência brasileira com a mistura de etanol à gasolina, tanto com 15% como em percentuais superiores, demonstram que este combustível (etanol) pode trazer grandes benefícios do ponto de vista ambiental, sem preocupações ou modificações tecnológicas necessárias diferentes das realizadas para a utilização de E10,” registra o documento elaborado pela UNICA.