O etanol de cana-de-açúcar é um dos principais indutores de profundas mudanças na agricultura, na indústria e na matriz energética do Brasil. O combustível limpo e renovável, segundo a EPE, já é a segunda fonte de energia do país, respondendo por 16% da matriz energética, e, pela primeira vez na história, supera a hidroeletricidade. Todo esse cenário é decorrente dos ganhos de produtividade, tanto no campo como na indústria, que reduziram os custos do barril equivalente de etanol de US$ 90 na década de 80 para US$ 30 em 2008, enquanto a cotação do barril de petróleo saltou de US$ 12 para mais de US$ 140 no mesmo período. As recentes especulações globais de que o etanol seria o responsável pelo aumento disparado do preço dos alimentos não passam de uma verdadeira falácia e protecionismo dos nossos concorrentes, que não têm a mesma capacidade e competitividade com o nosso etanol. Ao contrário, pagam bilhões de dólares em subsídios para produzir o combustível a partir do milho e da beterraba, acarretando no aumento do preço dos alimentos em escala global. Na realidade, os biocombustíveis podem desempenhar um papel fundamental no combate à fome de milhões de pessoas em todo o mundo, pela sua capacidade de geração de renda e, como conseqüência o aumento do poder aquisitivo da população para a compra de mais alimentos. Na realidade, os verdadeiros responsáveis pelo aumento do preço dos alimentos estão relacionados com a constante alta no preço do barril de petróleo, redução dos estoques mundiais de grãos, a forte demanda por alimentos da China, Índia, América Central e a especulação financeira. Contudo, apesar das recentes críticas ao etanol brasileiro, os ânimos dos investidores estão cada vez mais aumentando, com empreendimentos que somam cerca de US$ 17 bilhões em curso no Brasil. São quase 90 projetos de usinas que vão entrar em operação só no Centro-Sul até 2011 e terão instalação de caldeiras para co-geração de energia a partir do bagaço de cana e a colheita será mecanizada. Ademais, em Pernambuco, merece destaque o consistente projeto denominado de Canal do Sertão Pernambucano, que será uma nova fronteira para a agroenergia no nosso Estado. Para acabar em definitivo com essa grande falácia pelos nossos críticos nacionais e internacionais, a Embrapa Tecnologia da Informação, liderada pelo competente pesquisador, Eduardo Delgado Assad, está finalizando o Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar, com o objetivo de mostrar para o mundo as inverdades sobre a expansão da cana na Região Amazônica. Com o talento dos brasileiros, o mundo tem que se render e prestar uma homenagem a nossa capacidade de produzir etanol e carros flex fuel, com preços e tecnologia cada vez mais competitivos e avançados, com resultados imediatos para a consolidação do desenvolvimento sócio-econômico do Brasil. A propósito, aproveito esse espaço privilegiado na Folha de Pernambuco para registrar a minha indignação e repúdio pelo desserviço prestado com a declaração desnecessária, irresponsável e preconceituosa do Ministro do Meio Ambiente, o Senhor Carlos Minc, não somente ao setor mais importante do agronegócio de Pernambuco, mas de todo o Brasil, que é a indústria sucroalcooleira. Aliás, esse cidadão, desde que assumiu a pasta do Meio Ambiente, com a devida vênia, um grande equívoco do Governo do Presidente Lula, vem procurando de várias formas aparecer na mídia nacional e internacional, para tirar o foco de uma das mais importantes figuras de reconhecimento internacional, que é a ex-Ministra Marina Silva, seja por meio do seqüestro de bovinos licitamente criados na Região do Baixo Amazonas ou por essas declarações, que, com certeza, viraram manchetes de jornais em todo mundo, manchando a imagem de todo o país, prejudicando severamente o setor produtivo nacional e, em conseqüência, os trabalhadores. Chega a ser de um contra-senso exagerado, pois enquanto o Presidente Lula prioriza a sua política externa para promover o biocombustível brasileiro (etanol e o biodíesel) aparece esse senhor vestido de cores aberrantes, talvez uma tentativa de disfarçar sua incompetência e incapacidade para assumir um cargo tão relevante, utilizando a nobre função pública para denunciar a indústria sucroalcooleira de nosso Estado. Vale ser registrada, também, a inoperância do IBAMA por depois de mais de 500 anos do cultivo da cana em Pernambuco, somente agora é que vem se pronunciar a respeito de supostas irregularidades do setor em relação à Mata Atlântica. Como pernambucano e brasileiro, espero que as nossas principais lideranças, tanto as do setor sucroalcooleiro como políticas de Pernambuco, tomem a liderança para cobrar do Presidente uma retratação oficial desse Ministro irresponsável perante o povo de Pernambuco.
Mercado
Etanol: fonte de energia para o desenvolvimento do Brasil
Mais Notícias
Mais artigosMercado
Quem é a empresa da Eslováquia que comprou 50% da Usina Agropéu, de Minas Gerais
Aquisição de 50% da Usina Agropéu foi anunciada nesta segunda-feira, dia 28 de abril
Mercado
CMAA inicia plano de investimentos de R$ 3,5 bilhões
Plano de investimentos da CMAA foi anunciado no dia 25 de abril
Indústria
5 detalhes da nova caldeira da Usina São José da Estiva
Nova caldeira da Usina São José da Estiva deverá entrar em funcionamento em junho
Indústria
Gigante dos Emirados Árabes Unidos planeja construir fábrica de açúcar
A gigante dos Emirados Árabes AKS negocia o projeto da nova fábrica de açúcar
Administração
Usina convoca acionistas para discutir reestruturação
Por meio de publicação, Usina convoca os acionistas para assembleia geral extraordinária
Gente
Morre Antonio Cesar Salibe, fundador da UDOP
Antonio Cesar Salibe tinha 76 anos e faleceu neste sábado, dia 26 de abril, em Araçatuba (SP)