Segundo pesquisadores do Cepea, o aumento gradativo da oferta e a baixa demanda pelo etanol hidratado influenciaram as quedas nos preços deste combustível. Já quanto ao anidro, a oferta de produto da nova safra ainda é pequena, enquanto a demanda está aquecida, o que tem dado suporte às cotações nas últimas semanas.
Assim, entre 4 e 8 de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado foi de R$ 1,3854/litro (sem impostos), queda de 4,97% sobre o anterior. Já o Indicador CEPEA/ESALQ do anidro foi de R$ 2,1331/litro (sem impostos), alta de 6,79% frente ao período anterior.
As recentes qu edas nos preços do hidratado nas usinas, por sua vez, ainda não têm sido repassadas ao consumidor final no estado de São Paulo. Se comparada a média de 3 a 9 de abril com a da semana anterior, houve aumento de 0,36% para o hidratado na bomba e de 1,07% para a gasolina C, conforme dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). A gasolina C ainda se mostra mais vantajosa em termos econômicos a consumidores do estado de São Paulo. Na última semana, a relação entre o preço médio do etanol e da gasolina C ainda ficou acima dos 70% (dados da ANP) no estado paulista.
Em relação à paridade dos produtos do setor sucroalcooleiro, cálculos do Cepea mostram que o anidro passou a remunerar mais que o açúcar cristal, em 6% na última semana – esse comportamento não tem sido observado nos últimos anos, quando o açúcar tem apresentando, sistematicamente, maior remuneração. Frente ao hidratado, o açúcar ainda é mais vantajoso em relação ao combustível, em 38% no mesmo período. Comparando-se os dois tipos de etanol, o anidro remunerou mais que o hidratado, em 45% no mesmo período.
Quanto à safra 2010/11 que acabou de ser finalizada (abril/10 a março/11), o Indicador CEPEA/ESALQ do anidro no estado de SP teve média de R$ 1,1467/litro (em termos reais), valor 5,94% maior que o da temporada anterior (valores deflacionados pelo IGP-M). Para o hidratado, a média dos indicadores mensais CEPEA/ESALQ foi de R$ 0,9967/litro, aumento de 5,84% no mesmo comparativo. Apesar dessa recuperação, no horizonte de 11 anos-safra, as médias atuais ficam abaixo das vigentes em cinco temporadas.