Miguel Novato*
A produção de etanol de milho no Brasil tem se mostrado uma alternativa promissora e estratégica para o desenvolvimento sustentável do país.
Com a previsão de alcançar entre 13 e 15 bilhões de litros até 2032, conforme estudo da Agroícone publicado na revista Nature, o setor enfrenta tanto desafios quanto oportunidades.
A produção atual de 6 bilhões de litros, com expectativa de crescimento para 7,3 bilhões na temporada 2024/25, consolida o Brasil como o segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos Estados Unidos.
Esse crescimento é impulsionado pela capacidade do setor de gerar não apenas biocombustível, mas também energia elétrica e insumos para ração animal.
Aumento da eficiência é crucial
A necessidade de aumentar a eficiência de produção é crucial para manter a competitividade e a sustentabilidade do setor.
A logística de transporte e armazenamento do milho e do etanol é um ponto crítico que precisa ser aprimorado.
A infraestrutura atual muitas vezes não acompanha o ritmo de crescimento da produção, resultando em custos elevados e ineficiências que podem comprometer a rentabilidade.
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Políticas públicas
Para superar esses desafios, é fundamental a implementação de políticas públicas que incentivem a melhoria da infraestrutura logística. Investimentos em estradas, ferrovias e portos são essenciais para garantir o escoamento eficiente da produção.
Além disso, políticas de incentivo à inovação tecnológica e à adoção de práticas sustentáveis podem contribuir para aumentar a eficiência e reduzir os impactos ambientais da produção de etanol.
Futuro parece promissor
O futuro do mercado de etanol no Brasil parece promissor, com uma participação crescente do etanol de milho.
A FS prevê que a participação desse biocombustível no mercado nacional deve chegar a 41% em 2030/31.
Essa expansão será acompanhada por um aumento na produção de milho de segunda safra, que já se mostra uma prática consolidada e eficiente na agricultura brasileira.
Além disso, a adoção de tecnologias inovadoras, como o sistema Bioenergy with Carbon Capture and Storage (BECCS), pode potencializar ainda mais os benefícios ambientais da produção de etanol de milho, contribuindo para uma pegada de carbono negativa e oferecendo vantagens adicionais em termos de sustentabilidade.
Com uma abordagem estratégica e sustentável, o Brasil tem o potencial de se consolidar como um líder global na produção de biocombustíveis, contribuindo para a segurança energética e a sustentabilidade ambiental.
*Diretor do Grupo Novato e analista da Embrapa