A distribuição da produção entre açúcar e etanol no acumulado até o final de dezembro é de 39,78% para a produção de açúcar e 60,22% para a produção de etanol, segundo levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). As unidades produtoras que somente produzem etanol, denominadas destilarias autônomas, responderam por 13,5% da moagem de cana, ou 67 milhões de toneladas, e por 5,5 bilhões de litros de etanol, o equivalente a 22% da produção. Isoladamente, as unidades que somente produzem etanol tiveram um acréscimo na moagem de 30% em relação à safra anterior.
A produção de açúcar no acumulado é de 26,6 milhões de toneladas no período, 1,83% superior ao total da safra anterior, indicação de que o incremento na moagem de 67 milhões de toneladas foi exclusivamente direcionado à produção de etanol.
No acumulado, a produção de etanol até o final de dezembro foi de 24,61 bilhões de litros, 21,37% superior ao acumulado na safra anterior no mesmo período, sendo a produção de etanol anidro de 8,53 bilhões de litros, 15,76% acima da safra anterior e a do hidratado de 16,08 bilhões de litros, 24,58% superior à safra anterior.
As saídas físicas de etanol para o mercado externo no período compreendido entre abril a dezembro de 2008 atingiram 3,93 bilhões de litros, um incremento de 74%. No mercado interno, foram comercializados 15,5 bilhões de litros, uma alta de 25% – deste total, 11 bilhões de litros referem-se a etanol hidratado, um aumento de 34% sobre as saídas no mesmo período da safra anterior.
A Unica mantém a expectativa de exportações de etanol na região Centro-Sul, até março de 2009, em 4,2 bilhões de litros. Do volume total exportado, 57% foram destinados ao mercado americano e 26% ao mercado europeu. Quanto às vendas totais para o mercado interno, estas deverão ficar em torno de 20,6 bilhões de litros de etanol, dos tipos anidro e hidratado, incluindo o mercado automotivo e outros fins.
Apesar das condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento da planta, a crise de preços que perdura por duas safras, associada à crise de liquidez, fez com que parte da área colhida não recebesse o tratamento adequado. Com isso, não haverá uma reforma dos canaviais nos níveis habituais. Estes dois fatores devem indicar uma redução na produtividade agrícola da próxima safra.
O avanço da colheita de cana sem o uso da queima da palha prossegue em todos os estados da região Centro-Sul, chegando nesta safra a 41% da colheita na região e aproximadamente 50% no estado de São Paulo.