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Etanol brasileiro tem vitória na Califórnia

O Conselho de Qualidade de Ar do Estado da Califórnia (Carb) aprovou a regulamentação de sua lei ambiental, que prevê a arrojada redução de 10% das emissões de dióxido de carbono e outros gases nos próximos 10 anos. Uma das diretrizes da norma é a adição de biocombustíveis menos poluentes à gasolina.

A medida, a princípio, abre um grande mercado para as exportações do Brasil, já que o etanol de cana emite 70% a menos de gás carbônico do que a gasolina, segundo pesquisa da Embrapa. O Padrão de Combustível de Baixa Emissão de Carbono (LCFS, na sigla em inglês) foi aprovado na noite de quinta-feira, por nove votos contra um. No Brasil, a expectativa do setor é quanto às alterações que serão feitas no projeto original e devem ser concluídas até o fim deste ano.

No estudo original, era atribuído ao etanol brasil! eiro um nível de emissões maior que o apontado por pesquisas brasileiras, já que levava em conta o uso indireto da terra e a expansão da cultura sobre áreas da Amazônia, o que reduzia os efeitos do sequestro de carbono do combustível. Foi decido, no entanto, que o estudo será revisto.

O representante da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) na Califórnia, Joel Velasco, disse ontem à imprensa que qualquer avaliação das emissões de carbono das áreas produtoras de cana do Brasil deve levar em consideração as políticas como o fim das queimadas dos canaviais, o aumento da colheita mecanizada e a expansão da cogeração de energia via bagaço de cana.

Para o sócio da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), José Rezende, especialista em agronegócio, com a decisão, os Estados Unidos terão uma demanda maior que a produção, o que vai forçar a expansão da importação. “O Brasil está preparado para isso. As empresas investiram. Só falta o alcoolduto previsto no PAC (Programa ! de Aceleração do Crescimento)”, avalia.

Leilão da ironbrás tem apenas uma proposta

O juiz José Ilceu Gonçalves Rodrigues, titular da 3ª Vara Cível da Comarca de Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais, autorizou, ontem, a liberação de R$ 1,6 bilhão já despositados em juízo para pagamento dos créditos trabalhistas já julgados da massa falida da siderúrgica Ironbrás. São cerca de 600 trabalhadores, alguns deles falecidos, que não receberam devidamente verbas rescisórias e tentavam uma solução para as pendências desde o início do processo de falência da empresa, há quase 13 anos. A má notícia é que saiu frustrado o leilão do parque industrial da Ironbrás, que levou ontem à venda bens pelo lance mínimo de R$ 82,64 milhões, para pagamento à vista. Houve apenas uma oferta por uma casa que pertence à massa falida, pelo valor de R$ 265 mil, 66% do valor de avaliação que era de R$ 372 mil. Para o parque industrial da siderúrgica, foi apresentada uma única proposta d! e compra de uma das unidades por R$ 17,5 milhões, também o equivalente a 66% do valor avaliado (de R$ 26,45 milhões), mas para pagamento parcelado. A síndica da massa falida, Juliana Sardinha, informou que a proposta será posteriormente analisada e levada à apreciação da Justiça e do Ministério Público. (Colaborou Marta Vieira)