Usinas devem exportar álcool para Tóquio “em breve”, segundo secretário do MDIC. O Brasil começará a exportar álcool para o Japão “em breve”. A informação é do secretário de Desenvolvimento da Produção, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Antonio Sergio Martins. Segundo ele, o Japão já confirmou que quer utilizar o combustível produzido no Brasil para misturar com a gasolina.
“Ainda estamos negociando todo o processo para que haja a exportação para aquele país, mas a sinalização de que isso acontecerá já está dada”, afirmou.
Em abril, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Furlan, irá ao Japão, onde se reunirá com o ministro de Energia do país.
A exportação de etanol para o Japão significa um acréscimo de 1,8 bilhão de litros para uma mistura de 3% de álcool. Isso representa mais da metade da exportação total do Brasil no ano passado, que foi de 2,6 bilhões.
Segundo Martins, não se sabe ainda o prazo certo para o início das exportações do etanol. “O álcool não é como um carro que você exporta e a pessoa no outro país liga e sai andando. Você não exporta só o produto, o país comprador tem que entender toda a logística do produto”, diz.Além do Japão, o Brasil negocia a venda de etanol para países como Estados Unidos, Venezuela, Paraguai, China, Índia e Coréia do Sul. De acordo com o secretário, a intenção do governo brasileiro é transformar o produto brasileiro em commodity.
“Uma série de fatores contribuem para fazer desse o momento certo para o álcool. O mundo demanda um combustível limpo, o preço do petróleo está altíssimo e o álcool é a única alternativa que pode ser produzida em escala no momento”, acredita. Ele acrescenta que os 30 anos de experiência do Brasil com o etanol credencia o país como grande player mundial do setor.
“O Brasil domina a tecnologia de toda a cadeia do álcool, desde a plantação até o transporte e armazenamento. Nesses 30 anos, nos especializamos não só em produzir o combustível como também equipamentos relacionados. Quem vai usar álcool precisa de um navio para transportar, por exemplo, e o Brasil está aqui para vender”, aponta.
Além disso, o etanol brasileiro se destaca mesmo se comparado ao álcool de milho e beterraba. “Nosso custo de produção é menor e a eficiência energética, maior”. Ele explica que a intenção do Brasil não é apenas exportar etanol, mas estimular a produção em outros países.
“Queremos transferir a tecnologia brasileira, abrir mercados para o nosso produto e criar um fluxo de capital para atrair investidores estrangeiros”, disse.
Na semana passada, representantes de 11 países da América Central vieram ao Brasil para conhecer o programa de etanol. Na ocasião, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderia financiar brasileiros na produção em outros países.
“O investimento do BNDES seria um dos elementos mais relevantes para a expansão da produção. Isso contribuiria para a internacionalização das empresas do Brasil”, acredita.