Mercado

Etanol avança como alternativa ao petróleo

O mercado internacional do álcool vem se expandindo na esteira do crescente interesse de preservação do meio ambiente, além da busca de alternativas para o petróleo na matriz energética. No ano passado, a produção mundial somou 11 bilhões de galões, dos quais 36,26% foram originados da agroindústria brasileira, de acordo com a Associação dos Combustíveis Renováveis (RFA, na sigla em inglês). Os Estados Unidos são o segundo principal produtor de álcool, com 3,535 bilhões de galões em 2004. A Argentina segue à distância com 42 milhões de galões no mesmo ano.

Alguns países ainda resistem à produção de álcool. Muitos se opõem à mistura de etanol na gasolina por interesse da indústria do petróleo. País altamente dependente do derivado fóssil, o Japão contou com um forte lobby de grandes distribuidoras associadas à área da energia para inibir a implementação de programas de álcool.

Alguns países ainda não misturam o álcool à gasolina, porque os custos de produção não são competitivos. Na região Centro-Sul do Brasil os custos são de US$ 0,15 por litro. Já no Norte-Nordeste, chega a US$ 0,18, enquanto nos Estados Unidos, equivalem a US$ 0,33. Na Europa, os custos saltam para US$ 0,55.

Estados Unidos

Os Estados Unidos estão empenhados em ampliar o mercado local de álcool, para compensar a alta dos preços e perspectivas de escassez do petróleo. Com um total de 81 destilarias em operação em vinte estados, o país tinha, no final de 2004, 16 novas unidades em construção e dois grandes projetos de expansão em andamento. Por isso, a mistura de etanol chega a representar até 30% de toda a gasolina comercializada no mercado norte-americano.

Os preços do petróleo alcançam picos muitas vezes acima de US$ 50 o barril. Por isso, as importações de petróleo ficam cada vez menos atraentes para os Estados Unidos, que é o maior consumidor de combustíveis do mundo. Em 2004, 64% do consumo norte-americano de petróleo foi originado de outros países. A previsão é de que essa parcela aumente para 77% em 2005.

A demanda de milho para a industrialização de etanol pelos Estados Unidos saltou de 10,7 milhões de toneladas, em 1997, para uma estimativa de 36 milhões de toneladas em 2004, de acordo com a MB Associados. A expansão do setor levou à criação, em março de 2005, de contratos de futuro do produto na Bolsa de Chicago – Chicago Board of Trade (CBoT) -, e com expectativa de participar, a partir de maio de 2005, do pregão também da Chicago Mercantile Exchange (CME). O álcool já é cotado nos Estados Unidos, na Bolsa de Nova York.