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ETANOL APROXIMA BRASIL E FLÓRIDA

De olho na tecnologia brasileira para produzir álcool — que garante ao país o preço mais competitivo do mundo —, o governador da Flórida, Jeb Bush, irmão do presidente dos EUA, George W. Bush, lançará segunda-feira a Comissão Interamericana de Etanol, que será co-presidida por Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura. Graças a investimentos em tecnologia e subsídios agrícolas, a produção americana de etanol cresce a passos largos e, em 2007, deve superar a brasileira.

A comissão tem por objetivo incentivar a cooperação tecnológica entre Brasil e EUA e ampliar o uso do etanol nas Américas. Além de Jeb Bush e de Rodrigues, o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, será co-presidente. O ex-ministro lembra que os EUA têm como meta produzir 15 bilhões de galões de etanol (57 bilhões de litros) por ano até 2015, mais que o dobro da produção atual do Brasil.

— O etanol brasileiro ainda é mais competitivo, mas os EUA vão investir muito, para eles é uma questão estratégica — explica Rodrigues, que atualmente está na Fiesp e é coordenador da GV-Agro.

O etanol americano é produzido a partir do milho e recebe subsídio de US$0,51 por galão — o país cobra ainda taxa US$ 0,59 por galão importado. Mas, nos EUA, já há pesquisas para utilizar celulose, o que poderá ser viável num horizonte de cinco anos, diz Rodrigues. A iniciativa de Jeb Bush é o primeiro passo para criar uma Organização Interamericana do Etanol. Empresários afirmam que, nos bastidores, o Brasil tenta atrair o Japão, consumidor de etanol, para participar dessa organização, que, assim, não ficaria restrita a grandes produtores.