Por conta da moagem acelerada de cana no Centro-Sul, os preços do etanol no mercado interno recuaram pela segunda semana consecutiva. O indicador Cepea/Esalq para o litro do hidratado (usado diretamente nos tanques dos veículos) nas usinas em São Paulo saiu, em média, a R$ 1,1255 na semana encerrada no dia 3 (sem fretes ou impostos), 4,5% menos do que na semana anterior. Já o indicador Cepea/Esalq para o anidro, que é misturado à gasolina, recuou para R$ 1,3274 por litro, queda de 3,25% na mesma comparação
Apesar dos recuos de preços nos últimos 15 dias, o etanol vinha subindo na usina em São Paulo nas primeiras duas semanas de abril, por conta da lentidão da moagem de cana. Com isso, os preços ao consumidor também subiram, de forma que, há duas semanas, abastecer com etanol deixou de ser vantajoso aos carros flex no Estado de São Paulo. Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), na semana entre 28 de abril e 04 de maio, o litro do etanol nos postos de combustíveis do Estado passou a equivaler, em média, a 71% do preço da gasolina. Para o etanol ser considerado vantajoso, a relação tem que ser menor que 70%.
Assim, no país, abastecer com o biocombustível só é vantajoso do ponto de vista econômico em Mato Grosso, onde o litro equivale a 65% do preço da gasolina. Em Goiás, essa relação atingiu o ponto de indiferença ao consumidor, ou seja, o preço do litro do etanol passou a equivaler 70% do preço do litro do combustível fóssil.
Para estimular o consumo do biocombustível, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) retomou ontem a campanha na mídia “Coloca Etanol, o Combustível Completão”, que tem o ator Lucio Mauro Filho como protagonista. A campanha será veiculada nas principais emissoras das TVs aberta e a cabo e em cinemas, além de rádios. A campanha ressalta os impactos positivos do etanol para a economia e para o ambiente e incentiva a escolha do biocombustível por proprietários de veículos flex, que já representam 57% de todos os veículos leves que circulam pelo país.