Estudo divulgado nesta segunda-feira (01/06) pelo Centro de Pesquisa em Economia Regional (Ceper) e fundação Fundace revela os municípios paulista onde os combustíveis custam mais caro.
Ribeirão Preto, Franca, Presidente Prudente e São José do Rio Preto integram o ranking de cidades com gasolina e etanol mais caros do estado de São Paulo, segundo o boletim, editado pela primeira vez com base nos dados de preço coletados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
A ANP realiza uma pesquisa semanal de preços em postos de combustíveis dentro de uma amostra que compreende de 650 municípios em todo o Brasil, sendo 117 só no estado de São Paulo.
De acordo com os dados do Boletim, o último reajuste da gasolina, em fevereiro, elevou os preços aos patamares que estavam no início de 2012, sendo que em Ribeirão Preto os preços atingiram um patamar real ainda maior, igualando àqueles do início de 2011.
A forte mudança nos preços decorrente dos reajustes aplicados no começo de 2015 deve-se, sobretudo, ao aumento do PIS/COFINS, que elevou o preço da gasolina em cerca de R$ 0,22 nas refinarias, impactando quase no mesmo montante o consumidor final.
O aumento da gasolina também impactou o preço do etanol, segundo os pesquisadores, em virtude da concorrência e da situação difícil das empresas do setor sucroalcooleiro.
Dentre os 229 postos pesquisados no município de Ribeirão Preto em fevereiro de 2015, o preço médio da gasolina ficou em R$ 3,344, um dos mais elevados no Estado. Já no caso do etanol, os preços ficaram na faixa de R$ 2,250. “Apesar da região de Ribeirão Preto possuir muitas usinas e canaviais, isso não impediu o etanol de sofrer forte aumento real de 11,2% em fevereiro”, avalia Luciano Nakabashi, um dos coordenadores do estudo.
Margem de lucro dos postos
Comparando os preços de compra do combustível junto às distribuidoras e o preço de venda para os consumidores, o aumento foi considerável: R$ 0,10 por litro em fevereiro em relação à margem média de janeiro tanto para gasolina como para o etanol.
“Embora pareçam pequenos, esses aumentos representam, em média, uma elevação da ordem de 23,0% e 31,3%, respectivamente, na margem de lucro desses combustíveis”, ressalta o pesquisador.
Evolução de preços
O estudo também traça uma evolução da razão de preços Etanol/Gasolina desde 2011. A razão média varia em torno de 65% a 75%. A sazonalidade presente nas séries coincide com os aumentos de preço e períodos de safra da cana-de-açúcar já mencionados.
Além disso, a pressão política para manter o preço da gasolina num patamar artificialmente mais baixo antes de 2014/2015 – com isenções de impostos e reajustes menores de preço – contribuiu igualmente para que os preços do Etanol se mantivessem em patamares reduzidos, gerando dificuldades adicionais para o setor usineiro e o setor canavieiro.