O período de estiagem, característico da região Nordeste, começa a preocupar a Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan). Segundo o presidente da entidade, Raimundo Nonato, se não chover até agosto, existem áreas que não terão produção na safra 2010/2011.
De acordo com a entidade, alguns produtores já estão notando redução na produção que variam entre 15% e 20% e isto pode desencadear uma onda de demissões em massa nas lavouras paraibanas.
Alguns fornecedores associados à Asplan tem procurado a entidade para relatar os prejuízos e preocupações com este período, inclusive, já contabilizando perdas entre 15% e 20% da produção para a próxima safra. “Na Paraíba a maioria dos plantadores de cana que utilizam irrigação são do setor industrial, entre os pequenos produtores, a tradição é esperar pela chuva. Sem água a planta não se desenvolve e os prejuízos já são aparentes e vão comprometer a próxima safra. Existem áreas que podem perder toda a produção se não chover até agosto”, afirma Nonato.
De acordo com um recente estudo realizado pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA) em parceria com a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) referente à safra 2008/2009, a baixa produtividade mostrou-se como fator preponderante para o mau desempenho da lavoura nordestina. A pesquisa também destacou que a maior participação no custo total de produção do Nordeste são os insumos e a mão de obra. “A mão de obra só pode trabalhar quando existe produção, com está redução que está ocorrendo devido à seca, pode ocorrer uma onda de demissões, causando o aumento da pobreza dos que dependem das lavouras de cana para sobreviver”, afirma Nonato.