Mercado

Estados formam coalizão para exportar álcool

Os 19 estados produtores de álcool, incluindo o Paraná, formaram ontem uma coalizão (acordo entre grupos) para apoiar o aumento da produção de etanol, elevando as exportações. O mercado externo está se abrindo para a importação de álcool como aditivo na gasolina e os produtores brasileiros se convenceram que precisam do apoio dos governos federal e estaduais se quiserem transformar o álcool numa commoditie e ocupar espaço no mercado externo. Os produtores de álcool querem incentivos para o setor e infra-estrutura para estimular as exportações.

Coalizão semelhante foi feita nos Estados Unidos e na Austrália. Em menos de seis anos, a produção de álcool nos Estados Unidos, que é derivada do milho, já atingiu 8 bilhões de litros. A previsão é a produção norte-americana dobre nos próximos anos, o que corresponde a uma ameaça à liderança do Brasil na produção mundial de açúcar e álcool, admitiu o vice-presidente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), Paulo Zanetti.

O protocolo que marca o início da coalizão foi assinado, em Curitiba, em solenidade realizada no Museu Oscar Niemayer. Dos 19 estados participantes, estavam presentes os governadores Roberto Requião, do Paraná, e José Orcírio de Miranda dos Santos, o Zeca do PT, de Mato Grosso do Sul. Oficialmente, a coalizão será formada pelos estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe, além do Paraná. Desses, nove estados enviaram representantes e os demais não compareceram.

A coalizão começou a ser articulada no Paraná, a partir da intermediação do governador Requião entre os produtores e a ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef. A ministra gostou da articulação e prometeu ajuda do governo federal nas negociações internacionais.

Antes de exportar, os usineiros ligados à União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica) querem unificar os tributos pagos pelo álcool, cuja alíquota é variada nos estados. De acordo com os produtores, a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o álcool beira os 25%, sendo a segunda mais cara dos serviços. Como o tributo é muito alto, isso dá margem à sonegação, disse o presidente da Unica, Eduardo Pereira de Carvalho.

Segundo o vice-presidente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), Paulo Zanetti, os usineiros querem a ajuda institucional do governo brasileiro para ajudar a conquistar principalmente o mercado do Oriente, que está revelando preocupação com o meio ambiente. ‘O álcool hidratado pode substituir perfeitamente o aditivo derivado de petróleo sem agredir o meio ambiente’, lembrou Zanetti.

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