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Estado terá usina de carvão verde

O município de Conceição de Macabu terá a primeira usina brasileira de transformação de capim elefante em carvão vegetal, já batizado de carvão verde. O convênio que permitirá a instalação da unidade experimental, cuja operação será iniciada em seis meses, foi assinado ontem, pelo secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer; o presidente da TermoRio, Carlos Augusto Kirchner; e o presidente do Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE), Jayme Buarque de Holanda, parceiros na iniciativa. A expectativa é de uma produção local de 114 toneladas anuais de carvão fino e 90 metros cúbicos de alcatrão, a partir do plantio de 12,5 hectares.

“O carvão verde, além de representar uma fonte energética renovável, contribuirá para reduzir a pressão sob as florestas nativas, de onde é retirada, na maioria das vezes, a madeira que se transforma em carvão vegetal. Com esse projeto, mais uma vez o Rio de Janeiro desponta como um Estado capaz de gerar pesquisas e inovação tecnológica em energias alternativas”, afirma Victer.

Igual potencial para produzir calor

O secretário explicou que o carvão verde tem o mesmo potencial calorífico do carvão vegetal produzido a partir da lenha e além de ser ambientalmente mais correto, envolverá a mão-de-obra de 20 agricultores vinculados à Cooperativa de Agricultores e Pecuaristas de São Domingos, em Conceição de Macabu.

“Acreditamos no potencial de ampliação desse projeto para todo o Brasil”, reforça Victer. José Brum, um dos assentados que produzirá o capim elefante que movimentará a unidade-piloto, também demonstrou confiança na iniciativa pioneira. “Desde que tomei conhecimento desse projeto acreditei na possibilidade de contribuir para a proteção das nossas matas. Acho que temos a oportunidade de levar essa experiência para outras áreas agrícolas do nosso País”, observa.

O delegado federal do Desenvolvimento Agrário no Rio de Janeiro, Jaime Muniz Martins, informou que o projeto terá investimentos de R$ 150 mil do Ministério do Desenvolvimento Agrário, além de R$ 250 mil da Secretaria de Energia e R$ 30 mil da Prefeitura de Conceição de Macabu. “O Ministério acredita no potencial dessa parceria que nasce no território fluminense e também aposta na possibilidade de levar a experiência para outros Estados”, destaca o delegado.

Os recursos investidos pela Secretaria de Energia, Indústria Naval e Petróleo no projeto são oriundos de contrapartida da Termorio, em função de benefícios fiscais concedidos pelo Governo do Estado à instalação de Termelétrica do Grupo, em Duque de Caxias.

O presidente da Termorio destacou a importância socioambiental do empreendimento de produção de energia renovável a partir da experiência-piloto fluminense e também demonstrou expectativa positiva em relação à reaplicação da iniciativa para outros Estados brasileiros.

Produção não precisa de grandes áreas

“O carvão verde pode ser produzido em áreas não muito grandes, contribuindo como fixador de mão-de-obra no campo e para o aproveitamento de um potencial energético a partir da biomassa, ainda pouco explorado no Brasil. Acredito no sucesso do projeto, que sinaliza com alta eficiência no processo produtivo, além de uma alternativa economicamente atraente para acabar com a exploração de florestas nativas “, afirma Jayme Buarque de Holanda.

O secretário Wagner Victer informou que o projeto de transformação de capim elefante em carvão vegetal será vinculado à Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) para que a iniciativa não se perca no futuro, com o término da atual gestão.

“É importante vincular esse tipo de iniciativa a uma instituição de ensino e pesquisa porque os governos passam e elas ficam”, reforça o secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo no Wagner Victer. Ele também destacou a importância de fortalecimento dos Centros de Energias Renováveis instalados na Uenf e na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

Light inaugura subestação no Leblon

Após dois anos e meio de obras e investimentos de R$ 25 milhões, a Light inaugura hoje a nova subestação de energia elétrica do Leblon, na Rua Almirante Guilhem. Por ser mais nova que a anterior, a unidade vai proporcionar rapidez e segurança, tanto no processo interno quanto na chegada da energia à casa do consumidor. Cerca de 200 mil moradores dos bairros de Ipanema, Leblon, Gávea, Lagoa e Jardim Botânico serão atendidos, segundo a empresa, com tecnologias mais modernas de transmissão de energia elétrica.

A nova subestação possui 620 m² e substitui a que funcionava na Rua Carlos Góis desde 1961, com equipamentos já obsoletos e tecnologia ultrapassada. A unidade possui sistemas digitalizados de controle, proteção e supervisão das funções, que são mais seguros em termos de transformação e distribuição de energia. Os sistemas podem ser comandados à distância – do Centro de Operação Regional, na sede da empresa -, o que diminui o tempo para restabelecimento de energia em casos de interrupção.

O diretor de energia da Light, Paulo Roberto Guimarães, explica que os equipamentos foram instalados dentro do prédio número 423 da Rua Almirante Guilhem, de forma que quem passa pela rua não percebe que funciona ali uma subestação de energia elétrica. Esta técnica já é usada em outras subestações do município, como a unidade do Posto 6, em Copacabana, a de Santa Luzia, no Centro, a de Botafogo e a da Alvorada, na Barra da Tijuca.

“Esta é uma grande inovação do sistema, porque permite que a estação funcione sem atrapalhar moradores e pedestres. Além disso, não interfere no meio ambiente e nem na paisagem local. As estações são mais confiáveis, produzem energia com mais qualidade e ficam harmonizadas com os padrões arquitetônicos da região onde estão localizadas”, afirma.

Paulo Roberto explica, ainda, que a unidade, inicialmente, está apta para atender aos 200 mil consumidores de Ipanema, Leblon, Gávea, Lagoa e Jardim Botânico, mesmo público da antiga subestação do Leblon.