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Estado intermedeia situação na região

A Secretaria de Estado de Fazenda, em cumprimento a uma determinação do governador Blairo Maggi, esteve na última sexta-feira tratando da questão que envolve o Grupo Naoum. A paralisação das duas usinas do Grupo em Jaciara (144 quilômetros ao sul de Cuiabá), que estão em processo de recuperação judicial, estão afetando a economia de toda região, conhecida como Vale do São Lourenço, e causando impactos sociais, já que os trabalhadores estão sem receber salários.

“Estamos sensíveis a este problema social e econômico ocorrido no município de Jaciara”, justificou o secretário Eder Moraes. A intermediação entre Estado, empresa e trabalhadores teve o apoio do Sindicato das Indústrias sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool).

Como explica Moraes, as usinas foram novamente enquadradas no regime de estimativa segmentada, excluídas da sistemática ! depois da recuperação judicial, e terão os débitos com o Estado parcelados. “A iniciativa, segundo Moraes, vai ajudar o Grupo Naoum neste momento de dificuldade financeira, agravada pela crise econômica mundial, por conta da escassez de crédito no mercado. Isso porque o Grupo gera 3,5 mil empregos diretos e 5 mil indiretos em Mato Grosso, o que contribui para o desenvolvimento da economia em Jaciara e nos municípios circunvizinhos, como Juscimeira, São Pedro da Cipa, Dom Aquino e Santa Elvira”.

A decisão, como pontua o secretário, ajudará o Grupo a pagar os salários atrasados dos funcionários, a desafogar o estoque de cerca de 15 milhões de litros de álcool e 200 toneladas de açúcar e a comercializar a nova safra. “Não há perdas de receita para o Estado, pois o que fizemos foi o reescalonamento do passivo da empresa de acordo com a legislação vigente. Com isso, a expectativa é que o comércio da região volte a se aquecer”.

Segundo conta o prefeito de Jaciara, Max Russi! , o trabalhador da usina já não tem dinheiro para a comida da família. “A situação está realmente crítica”. Ele lembrou que no mês passado os trabalhadores chegaram a interditar a BR-364, reivindicando o pagamento dos salários em atraso desde o início deste ano.

O Grupo Naoum começou a atuar em Mato Grosso há quase 37 anos. Responde por mais 14% da produção de álcool e açúcar do Estado. Além da participação em Mato Grosso, tem uma unidade em Goiás.