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Especialistas discutem aquecimento global

O economista australiano Warwick McKibbin criticou ontem, em Campinas, o modelo do Protocolo de Kyoto e sugeriu a cobrança pela emissão de carbonona atmosfera. O economista participouda palestra Políticas de Mudanças Climáticas após Kyoto, no Espaço Cultural da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL). Pouco antes, falou à imprensa junto com o físico alemão Klaus Heilonth, defensor do Protocolo, que fará palestra na quinta-feira.

Segundo McKibbin, a China desenvolveuum trabalhointeressante, com a intervenção direta do governo, de atribuir valor de mercado à emissão de dióxido de enxofre. Com isso, as empresas puderam escolher entre reduzir a emissão ou pagar por ela. Ele reconheceu que o conceito é parecido com o de crédito de carbono definido no Protocolo de Kyoto, que permite a países industrializados adquirir os créditos de carbono não produzidos pelos países em desenvolvimento. É preciso usar o mercado de forma mais esperta, insistiu o economista. Ele defendeu que os problemas ambientais precisam ter valor para que as sociedades lidem com eles corretamente. E acrescentou que a cobrança pela emissão de carbono vai estimular políticas de desenvolvimento de fontes alternativas de energia.

McKibbin alegou que é necessário cautela ao atribuir desastres naturais recentes, como os furacões nos EUA, ao aquecimento global. Heilonth discorda e afirmou que o homem tem pelo menos 50% de culpa. O físico reconheceu que ainda não há solução imediata. Mas defendeu que os países busquem fontes alternativas de energia. Heilonth citou comopositivas as pesquisasbrasileiras de uso de biomassa e energia solar. Comentou que o grande desafio é barateá-las e criar métodos para armazená-las.