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Especialista dá dicas para reduzir os agroquímicos no Manejo Integrado de Pragas

Dicas são do especialista Thiago Veloso

Especialista dá dicas para reduzir os agroquímicos no Manejo Integrado de Pragas

Com a experiência de mais de 13 safras atuando com manejo biológico em usinas e diversos prêmios conquistados, o engenheiro agrônomo Thiago Veloso tornou-se uma referência técnica na área.

Ele será um dos especialistas palestrantes do CANABIO – Seminário de Manejo Biológico & Orgânico em Cana-de-Açúcar, que acontecerá nos dias 26 e 27 deste junho no Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto.

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Veloso vai apresentar inovações como posicionamentos práticos de produtos biológicos com e sem químicos associados, resultados de dezenas de ensaios no Brasil e no Paraguai, inovações em equipamentos de aplicações desenvolvidos no Nordeste; resultados de nematoides entomopatogênicos para controle de Sphenophouros levis; inovações em aplicações de Cotesia, dentre outras novidades.
Para falar do assunto, o JornalCana entrevistou Veloso, que agora deve se dedicar a transmitir seus conhecimentos como consultor da Agrothina.

Quais os fatores que estão provocando o crescimento do manejo biológico?

Os biodefensivos passaram a ser demandados não só para a agricultura orgânica, mas para todos os produtores que pretendem otimizar o Manejo Integrado de Pragas (MIP).
No Brasil, cujo clima tropical é propício à grande incidência de pragas, os biodefensivos vêm contribuir com o MIP, cujo maior desafio é reduzir o consumo de agroquímicos e os custos de manejo, considerando que a maioria dos agroquímicos e os custos de manejo, considerando que a maioria dos biodefensivos são mais baratos e apresentam a mesma eficácia dos químicos, além de reduzir os riscos à saúde humana, ao meio ambiente e às próprias lavouras de se tornarem resistentes aos defensivos químicos.
Outro fator que vem acelerando a adoção dos biodefensores no Brasil é o processo simplificado e com prazo menor para liberação do registro junto ao Ministério da Agricultura, por conta de sua baixa ou inexistente toxicidade.
Eles também têm grau de eficácia comprovada em relação aos similares químicos, ainda que os produtos biológicos tenham que cumprir os mesmos requisitos que os químicos.

Quais são as principais inovações do manejo biológico em cana-de-açúcar?

As principais inovações no controle biológico são:
1 – a aplicação localizada da Cotesia flavipes por drones;
2 – o encapsulamento ou apresentação em óleo do Metarhizium anisopliae, que aumenta a resistência e o tempo de ação do fungo;
3 – a aplicação de nematoides entomopatogênicos que se movem cerca de um metro por mês e atacam o Sphenophorus levis em todas as suas fases, larva, pulpa e adulto,
4 – além da utilização da Beauveria bassiana, um fungo muito eficaz contra o Sphenophorus adultos.
A melhora na vida do solo é outra linha que tende a crescer em cana, com a utilização de nematicidas e fungicidas biológicos e de microrganismos que contribuem para o desenvolvimento radicular da planta.
A tendência é que as usinas comecem a adotar cada vez mais o controle biológico para diferenciar suas técnicas de MIP, seja para substituir, rotacionar ou contribuir com o controle químico, conforme a necessidade de cada momento.

Qual a estratégia mais avançada em MIP?

A estratégia mais avançada em MIP é a associação entre biológicos e químicos, a qual permite uma produção mais eficiente da cana.
Este é um caminho sem volta e o diferencial será contar com equipes preparadas para usar as diversas técnicas disponíveis para posicionar as devidas aplicações, no momento e na forma corretas, capturando todos os benefícios proporcionados pelo manejo biológico.