Termina nesta sexta-feira (26/10), no Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), em Campinas, a São Paulo School of Advanced Science on e-Science for Bioenergy Research (SPSAS e-SciBioenergy).
Realizado no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) – modalidade de apoio da FAPESP –, o objetivo do evento foi disseminar conceitos de uma nova disciplina, chamada e-Science, para cerca de 70 estudantes de graduação e pós-graduação e pesquisadores das áreas de ciências exatas, oriundos de 19 países.
O novo conceito incorpora modelagens matemáticas, análises estatísticas e ferramentas de visualização de dados que possibilitam lidar e integrar grandes volumes de informação provenientes de diferentes áreas do conhecimento.
“A e-Science lida com a ‘montanha’ de informações geradas pelos equipamentos científicos modernos, que possuem grande poder de processamento e geram uma enorme quantidade de dados impossível de ser tratada sem o apoio de ferramentas computacionais”, explicou Roberto Cesar Junior, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e um dos organizadores do evento.
Na abertura do encontro, no dia 22 de outubro, Marcos Buckeridge, diretor científico do CTBE, mostrou algumas maneiras por meio das quais a e-Science pode integrar e facilitar o acesso a dados de diferentes áreas, contribuindo para a aceleração de avanços científicos e tecnológicos significativos no setor de bioenergia.
“A e-Science nos permite integrar informações sobre genética, fisiologia e ecofisiologia da cana-de-açúcar com dados sobre solo, clima e sustentabilidade para, a partir daí, desenhar estratégias de produção de biomassa ou etanol de segunda geração”, disse Buckeridge.
Segundo especialistas presentes no evento, um dos principais gargalos para melhorar o aproveitamento da e-Science nos estudos sobre bioenergia é a atual estrutura organizacional compartimentada das universidades e dos institutos de pesquisa brasileiros.
“As grandes questões científicas desse campo exigem o esforço conjunto de diferentes áreas. Só que os centros de pesquisa trabalham as disciplinas de forma de separada”, disse Cesar Junior.