A escassez da oferta mundial de açúcar será maior do que o previsto este ano por causa dos prejuízos de origem climática causados à safra brasileira, a maior do mundo, segundo a Organização Internacional do Açúcar (OIA).
O grupo, com sede em Londres, que representa os importadores e exportadores de açúcar, vai corrigir sua projeção para o déficit produtivo de açúcar no final deste mês, segundo disse em relatório. A estimativa anterior para o período de 12 meses encerrado a 30 de setembro foi de uma quebra de oferta da ordem de 1,015 milhão de toneladas.
O instituto citou como uma de suas fontes a estimativa da consultoria brasileira Datagro de que a produção de açúcar do Brasil no ano-safra a encerrar-se em abril será de 26,4 milhões de toneladas, a partir das 26,7 milhões de toneladas do mesmo período do ano passado.
Os preços do açúcar não-refinado (demerara) triplicaram no período de dois anos encerrado em janeiro deste ano aquecidos pelas condições climáticas, que comprometeram a expansão da produção do Brasil e da Tailândia, os maiores exportadores mundiais do produto. Os preços também subiram com a retração dos estoques de açúcar, ocorrida pelo terceiro ano consecutivo.
Os preços praticados pelo mercado interno chinês para o açúcar subiram em um terço em janeiro, para mais de US$ 700 a tonelada. Na Rússia, os preços do produto também ultrapassaram US$ 700 a tonelada em janeiro, a partir dos cerca de US$ 500 cobrados em 2005.
Os preços mundiais do açúcar também devido à disparada das cotações do petróleo, que tornaram atraente para o Brasil a conversão de maiores volumes de cana em etanol, disse a OIA. Os investidores prevêem que os estoques cairão com as alterações do regime de comercialização de açúcar adotado pela União Européia, que envolverá menos produtores e exportações.