O novo posicionamento de mercado do Grupo Equipav, adotado pela nova geração de gestores, pode ser constatado no crescimento dos negócios sucroalcooleiros dos últimos três anos. De 2005 para cá, o grupo ampliou em mais de 60% a produção da usina de Promissão e prevê mais 20% nesta safra em relação ao ano passado. Além do crescimento orgânico da unidade, o grupo investe na construção de mais três usinas pelo país, até 2010.
Na última safra, a usina de Promissão esteve entre as maiores do Brasil nos rankings de moagem, com a 7ª maior produção de cana-de-açúcar no Centro-Sul – segundo levantamento da Unica, entre 331 unidades. Posição que conquistou pela produção de quase 4,5 milhões de toneladas de cana na safra 2006/2007.
Para a safra atual, a Equipav está alçando vôos mais altos: projeta atingir 6 milhões de t de cana, consolidando a expansão pela qual está passando. Se esta previsão de produção tivesse sido realizada na safra anterior, a unidade ocuparia a terceira posição no ranking nacional de produção de cana. Isso mostra o salto que a unidade dará ao final do ciclo atual.
A produtividade agrícola do grupo é de 80 t/ha. Segundo o diretor superintendente, Newton Salim Soares, 55% da matéria-prima deste ano será destinada à produção de álcool. Na safra passada, a usina produziu 280 mil t de açúcar e 213 mil m3 de álcool. Para a safra 2007/08, a previsão é produzir 332 mil toneladas de açúcar e 285 mil m3 de álcool.
A usina também produz energia elétrica por meio da queima do bagaço e palha da cana. Com o aumento da eficiência do vapor na produção de açúcar e álcool e aumento na eficiência da queima do bagaço e palha, a usina gera vapor excedente e usa-o exclusivamente para a produção de energia. O volume consumido pela própria usina equivale a 1/3 do total produzido, que na safra 2007/2008 deve alcançar a marca de 285 mil MW/h. Parte deste aumento deve-se a uma nova tecnologia que separa a palha da cana por ventiladores, gerando economia de água e potencialização da geração de energia elétrica pela queima da palha.
Crescimento sustentável
Realizar o crescimento projetado de maneira sustentável é um dos desafios do grupo Equipav. “Para chegar a este objetivo, estamos investindo no uso intensivo de automação e da mecanização. Hoje, cerca de 63% de nossa cana própria é colhida mecanicamente”, afirma Soares.
O grupo é pioneiro na aquisição da primeira plantadora automotriz de cana picada do mundo, a Tropicana. O investimento feito para a compra de cinco unidades foi da ordem de R$ 3 milhões. Os equipamentos deverão ser usados nas usinas de Promissão, Brejo Alegre, Chapadão do Sul (MS) e Chapadão do Céu (GO). A plantadora oferece harmonia entre o conjunto motriz e o implemento, formando um único equipamento capaz de plantar mais em menos tempo, aumentando a produtividade e economizando combustível. Por esta característica emite menos poluentes e preserva o meio ambiente.
Além disso, uma reestruturação administrativa para aplicação de melhores práticas, com implantação de políticas ambientais e a construção de uma consciência corporativa de responsabilidade social, fazem parte do novo perfil da empresa. Um dos projetos que merecem destaque é o FORMARE. Realizado em parceria com a fundação IOCHPE, o programa visa profissionalizar jovens de baixa renda, com o objetivo de integrá-los a sociedade com melhores índices de empregabilidade.
A primeira turma será formada por 20 jovens, com idade entre 17 e 18 anos. O curso de “operador de produção em processos contínuos” terá duração de um ano e será realizado dentro da unidade Equipav Açúcar e Álcool, de Promissão (SP). Os educadores serão colaboradores voluntários da usina, que passaram por treinamento pedagógico para exercerem a nova função.
“É um orgulho poder contribuir com um programa como este, pois além de estarmos beneficiando estes alunos com a bolsa educação, estaremos possibilitando um egresso deles no mercado de trabalho”, explica a coordenadora do projeto, Marinez Martins Leone. Segundo ela, a probabilidade destes alunos serem absorvidos pela própria usina é grande, não só na unidade de Promissão, mas também na unidade de Brejo Alegre.
A escassez de mão-de-obra que o setor atravessa é amenizado pelo plano de desenvolvimento de funcionários que a usina pratica. É oferecida capacitação e treinamento específico para manuseio e reparos mecânicos em novos equipamentos adquiridos. “A tecnologia chega ao campo e traz a capacitação da mão-de-obra”, sublinha Soares.
Além disso, a usina tem escolas de tratoristas e motoristas e aulas de informática para funcionários e dependentes. Com estas iniciativas, o número de demitidos na entresafra é cada vez menor, pois os profissionais são realocados em funções de manutenção. Na usina de Promissão são criados 5,2 mil empregos diretos e 20 mil indiretos durante a safra.