Mercado

Enquanto gasolina rouba atenção, preço do álcool dispara

Enquanto todas as atenções estão voltadas para um provável reajuste da gasolina, devido à instabilidade do dólar e o aumento do preço do barril do petróleo no mercado internacional, o consumidor é bombardeado com a elevação do preço do litro do álcool. No mês de setembro, o valor do combustível subiu, em média, 9,4% nos postos de Campinas. Os revendedores prevêem que nos próximos dias outros reajustes serão repassados pelas distribuidoras.

Levantamento realizado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), nas últimas quatro semanas (de 01 a 28 de setembro), em pelo menos 146 postos, mostra que a média de preço do álcool era de R$ 0,737 entre os dias 1 e 7 de setembro e, no final do mês, o valor já estava em R$ 0,806. O valor mínimo no início do mês passado era de R$ 0,630 e o máximo de R$ 0,999. A relação entre o mínimo e o máximo é de 58,57%. Na última semana de setembro, o preço mínimo era de R$ 0,670 e o máximo fechou em R$ 1,168. A diferença entre eles é de 73,13%.

O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis de Campinas e Região (Recap), Emílio Martins, afirmou que o preço do combustível está sendo reajustado pelas distribuidoras. Ele explicou que cada uma está adotando um índice de aumento e os postos estão repassando ao consumidor o que é aplicado pelas distribuidoras. Martins acredita que é necessário reavaliar o programa Pró-Álcool que será reativado pelo governo federal e reduzir a carga de impostos que incidem sobre o produto.

A gerente do Posto John Boyd Dunlop, Tânia Cristina Ferreira, comentou que o preço do litro do álcool ficou estável durante pelo menos quatro a cinco meses. Mas, no início do mês de setembro as distribuidoras começaram a aplicar reajustes nos valores comercializados aos revendedores do combustível. Ela disse que segurou durante um determinado período valor na bomba a R$ 0,699, mas que foi obrigada a repassar os reajustes e hoje o preço é R$ 0,859. “A concorrência também acaba regulando o mercado”, observou Tânia.

O proprietário do Posto Tropical Campinas, João Marcos Tasso, salientou que as distribuidoras não estão explicando o porquê do aumento do valor do álcool. Ele disse que os clientes misturam álcool na gasolina no momento de abastecer o carro. “Os consumidores estão fazendo uma mistura que se constituiu em metade de álcool e metade de gasolina”, comentou. Tasso informou que no início de setembro vendia o litro do álcool por R$ 0,699 e, hoje, comercializa a R$ 0,799. (Unica)

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