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Engenheiro agrônomo observa detalhes importantes para mecanização da colheita

Acreditando que a introdução da mecanização da colheita de cana deve ser bem estudada e planejada, a Usina Miriri Alimentos e Bioenergia em sua implementação do corte mecanizado busca boas práticas de manejo. Essa é a afirmação do engenheiro agrônomo, Felipe C. de Morais, responsável pelo processo na empresa, que adverte que é preciso preparar o solo antes para receber as máquinas. “A escolha da máquina, é o primeiro item a ser analisado porque definirá o espaçamento a ser adotado; depois é preciso realizar a sistematização ou preparo do solo de maneira adequada para recepção da máquina escolhida, ou seja, correção das imperfeições topográficas do solo, plantio no espaçamento correto e escolha varietais de acordo com tipo de solo, clima e pluviometria da região. Com isso teremos menos compactação do solo, podendo assim, conseguir maiores produtividades, bem como, aumento da longevidade do canavial e a prática do plantio direto ao fim deste ciclo”, ressalta.

Ele explica que a unidade leva em consideração ainda para implantação o dimensionamento dos conjuntos, tamanho dos talhões (tiros) e pontos de transbordo. “Depois é preciso comprar os conjunto de equipamentos agrícolas que sigam a mesma bitola da máquina, assim, você terá um tráfego controlado, compactando uma região determinada (área de sacrifício), sem que ocorra o pisoteio do canavial. Em seguida, investir em treinamento e formação das equipes”, lembra.

Segundo ele, ainda é preciso realizar um forte trabalho de concientização das pessoas envolvidas no processo, para uma boa implementação desta nova cultura. “Trabalho forte com os fornecedores para a criação de uma boa assistência técnica dos equipamentos. Vale a pena implantar a colheita mecanizada crua porque em cinco safras o investimento de cerca de R$ 10 milhões que estamos aplicando na usina se paga. Acho que é um caminho sem volta apesar de não existir no Nordeste nenhuma exigência legal”, diz.

Para ele, a máquina é “noiva” desta “festa”, ou seja, os preparativos que antecedem esta “festa” são fundamentais para o sucesso dela.