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Empresas retomam projetos paralisados

A volta da oferta de crédito nos últimos meses ajudou na retomada de alguns projetos de usinas que estavam ou em ritmo muito lento ou suspensos. Somente no Centro-Sul, quatro usinas novas, das 23 previstas, postergaram a inauguração da moagem para o ciclo 2010/11 por falta de recursos, segundo a União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica). Essa recuperação também oferta novo fôlego às indústrias de base do setor.

“A paralisação de projetos foi muito ruim. Em muitos casos, já tínhamos executado de 50% a 60% do trabalho quando chegou a suspensão. Essa retomada agora é muio bem-vinda”, diz Antônio Carlos Christiano, diretor-presidente da Sermatec.

Depois de não conseguir inaugurar sua usina no prazo original, em julho de 2009, a Bioenergética Vale do Paracatu (Bevap), localizada na cidade mineira de mesmo nome, acelerou as obras no fim do ano passado, após o primeiro desembolso! , em outubro, de um financiamento aprovado em março de 2009 pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Antes de o recurso chegar mantivemos um ritmo lento, mas não paramos”, diz o diretor-superintendente da Bevap, Rubsmar Germino. A previsão agora é de inaugurar a unidade em abril de 2010, quando se pretende moer metade da capacidade instalada, portanto, 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar.

A Companhia Brasileira de Energia Renovável (Brenco) também acelerou no fim do ano os projetos das usinas de Alto Taquari (MT) e de Morro Vermelho (GO). “A previsão era inaugurar as duas unidades no segundo semestre de 2009, mas não conseguimos concluir os projetos. Os sócios fizeram no fim do ano passado um aporte de R$ 380 milhões e, agora a previsão é inaugurar as duas usinas no próximo ciclo”, diz Rogério Manso, vice-presidente da Brenco.

Sobre a necessidade de nova capitalização para concluir as obras, Manso prefere não comentar. “Estamo! s em processo de negociação de joint venture”, justifica, referindo-se à negociação com a ETH Bioenergia, do grupo Odebrecht.