No leque das possibilidades de fontes alternativas surge também a energia eólica. Algumas empresas como a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia Paulista de Força e Luz Energia (CPFL) e a Energias do Brasil, incluíram em seus planos de investimentos para 2007, esta nova fonte. Já a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) preparou para o próximo dia 24, o leilão de fontes alternativas, onde a eólica está inserida.
Prova do desenvolvimento das fontes alternativas no Brasil, a Bioenergy, geradora com 100% de capital nacional, apresentou 15 projetos que vão entrar no certame do dia 24. Serão sete projetos de parques eólicos, que somados representam 554 megawatts (MW) de potência instalada. Todos já possuem a área, a licença prévia, a licença de instalação e os dados de medição de vento, faltando apenas a contratação da energia a ser gerada.
Prova de que esse tipo de fonte é uma alternativa viável para o País, empreendedores internacionais estão pesquisando e outros já estão inseridos em projetos eólicos na região Nordeste. Um exemplo é a Austrália que está investindo US$ 300 milhões na cidade de Lagoa Nova, há 135 quilômetros de Natal (RN). Quando concluído, isso no final de 2008, cerca de 40 mil residências terão energia elétrica.
Oportunidades
Outra alternativa é a energia solar, ou fotovoltaica, que segundo pesquisadores da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), num primeiro momento acreditam que ela pode ser empregada para poupar a energia elétrica, vinda de fonte hídrica.
Diante de tantas perspectivas para a geração de energia eólica e solar, da produção de biodiesel, poderão tornar o Brasil referência mundial nestas novas oportunidades de negócios. Essa é a opinião do diretor superintendente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) Walfredo Schindler. “O Brasil tem todas as possibilidades de se tornar referência em biodiesel. Somos privilegiados na questão da energia vinda de fontes alternativas porque temos potencial no Nordeste e na região Norte de Minas Gerais, porém, nada poderá superar nossa eficiência quando o tema é biocombustíveis”, disse.
Para o executivo, o Brasil precisa elaborar uma política que possibilite a criação de linhas de crédito, com taxas de juros preferenciais para subsidiar a produção de matéria prima para o biodiesel. “Essa questão é estratégica. O biodiesel num futuro bem próximo será tão importante para o País, como é o etanol, sem colocar em xeque a produção de grãos”, argumentou, salientando que “na região amazônica, existe uma área degrada de aproximadamente 600 mil quilômetros, uma boa opção para o plantio de grãos e de matéria prima”, finaliza.
Etanol
Já o chefe geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Frederico Durães, afirma que o Brasil tem 6.012 milhões de hectares de áreas plantadas com cana-de-açúcar para a produção de biodiesel de etanol. Mesmo com a expectativa do aumento da produção para 2010, não será necessária a ampliação das áreas de plantio. “Só para atender a demanda brasileira, poderíamos ampliar em até 10 milhões de hectares as áreas plantadas, porém, com ganhos de produtividade poderemos atender com folga o mercado doméstico sem a necessidade de ampliação”, disse.
Segundo levantamento da Embrapa, até 2010, para atender a demanda brasileira a produção está estimada entre 35 a 40 bilhões de litros de etanol. Atualmente a produção é de 17 bilhões de litros de etanol e 28 milhões de toneladas de açúcar. “Frente às novas políticas que estão sendo implementadas no mundo, acredito que temos condições de atender a demanda interna. Para uma possível exportação, a necessidade de ampliação de áreas, seria razoável crescer até 5%”, finaliza Frederico Durães.
kicker: A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) preparou para o dia 24, o leilão de fontes alternativas, onde a eólica está inserida