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Empresários paulistas discutem política industrial para o Estado

Empresários ligados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e representantes do governo paulista deram início nesta segunda-feira (18) à fase final de um projeto que pretende elaborar uma proposta de política industrial para o estado. Eles participam, até o fim desta semana, do seminário Uma Agenda de Competitividade para a Indústria Paulista: Desafios e Oportunidades, em que serão discutidos problemas e soluções específicas para 26 setores produtivos.

Segundo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, a partir dos consensos do evento serão estruturados os projetos necessários para que a indústria de São Paulo possa competir em pé igualdade com os seus concorrentes nacionais e estrangeiros. “Vamos esperar os resultados desta semana, deste trabalho, para criarmos uma política industrial forte, criada a várias mãos.”

De acordo com o diretor de Competitividade da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, os principais pontos em discussão são logística, infra-estrutura, energia, tecnologia, qualificação profissional e tributação. Entre os temas em debate estão a finalização do complexo rodoviário do Rodoanel e a produção de energia por meio de fontes alternativas, como o bagaço da cana-de-açúcar. O diretor, no entanto, não disse quando essas propostas serão colocadas em prática.

Segundo o secretário estadual de Transportes, Mauro Guilherme Jardim Arce, que esteve hoje no seminário, outra proposta em pauta é a ampliação da rede ferroviária do estado. Ele disse que 93% da produção paulista escoa pelas rodovias. A idéia do governo é que, com mais linhas férreas funcionando, até 2025, esse percentual caia para 75%. “Na megametrópole que inclui São Paulo, Campinas e o Vale do Paraíba, há uma saturação das estradas”, afirma. “Somente 15% das mercadorias chegam nos portos por ferrovia.”

Já o vice-governador e secretário do Desenvolvimento, Alberto Goldman, destacou a importância do fim da “guerra fiscal” entre os estados. Mesmo sabendo que a proposta federal de política industrial elaborada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio também trate deste ponto, Goldman afirmou que o governo estadual deve trabalhar para resolver o problema.

“Todos os governo estaduais são responsáveis por isso [a guerra fiscal]”, disse. “Nós temos que trabalhar independentemente das reformas tributárias que vão vir, ou não”. (Vinicius Konchinski)