Empresários da agroindústria se reuniram na manhã de ontem (5) com o secretário da Agricultura, Antônio Flávio Camilo de Lima. Eles foram buscar apoio para a construção de uma usina de álcool na cidade de Flores de Goiás. O projeto vai utilizar o plantio da cana-de-açúcar com irrigação por meio da técnica de gotejamento, oriunda de Israel, em conjunto com o desenvolvimento social da região. As características do projeto transformam o Estado de Goiás em pioneiro nesse tipo de produção.
O projeto é dividido em duas etapas. Na primeira, 30 mil hectares de cana-de-açúcar serão cultivados e devem gerar mil empregos diretos, além de uma usina de beneficiamento da cana-de-açúcar, que irá gerar 2.500 empregos durante a sua construção e 250 para operação permanente. Todos os empregos serão destinados aos agricultores familiares que moram nos assentamentos da região e a menor remuneração será referente a quat ro salários mínimos.
Os assentados também devem ser beneficiados pelo desenvolvimento da infraestrutura da região. Segundo Afonso Celso Bertucci, representante da empresa executora desse projeto, Santa Fé Biodiesel, 3% do faturamento anual do projeto serão destinados à construção de unidades escolares e hospitalares na região. A empresa pretende entrar em funcionamento em 2013. O investimento é de R$ 450 milhões da iniciativa privada.
O sistema de gotejamento usado é um modelo econômico e sustentável de irrigação. Ela será feita na raiz da planta, por meio de canais de gotejamento automatizado que evitam o desperdício de água. A sustentabilidade e o respeito ao meio ambiente permeiam todo o projeto, que respeita toda a legislação ambiental e que almeja a plantação de 7.500 hectares de mata para a composição da reserva legal da propriedade.
Estima-se que esse sistema de gotejamento, aliado com as condições climáticas do Cerrado, irá promover um grande aumento no cultivo, que deverá ser maior que a média nacional hoje, que é de 86 toneladas, totalizando 120 toneladas por hectare, sendo que em 10 anos esse número chegará a mais de 200 toneladas por hectare. Essa produção resultará em 340 mil metros cúbicos de etanol e 100 megawatts de energia por safra. Esse método de produção já é usado com sucesso na África do Sul, Israel, Peru e Havaí.
Na segunda etapa do projeto, ainda com a colaboração dos assentados, serão produzidas oleaginosas para a produção de biodiesel com irrigação, desenvolvida a fruticultura da região para a produção de sucos para exportaçãoe piscicultura. Nessa etapa outros milhares de empregos serão gerados e o desenvolvimento social deve ser ainda maior no nordeste goiano.
O secretário Antônio Flávio, se mostrou muito satisfeito com o projeto que não deve causar concorrência às culturas tradicionais e que poderá ser grande fornecedor de etanol para o País. “Essa é uma grande oportunidade para o desenvolvi mento agrícola e social no nordeste goiano, que irá promover aumento da renda dos agricultores, a economia de água por meio desse método de irrigação, a sustentabilidade e o desenvolvimento de tecnologias agrícolas. O Estado considera importante os projetos desenvolvidos nas regiões Norte e Nordeste goianas, principalmente aqueles que prezam um impacto ambiental praticamente nulo”, explica.
Mais informações: (62) 3201-8905
Goiás Agora