Mercado

Empresário da São Martinho aposta na expansão do setor

O empresário João Guilherme Sabino Ometto (Usina São Martinho) não mantém apenas sua descendência italiana, como também a história da família Ometto, cuja chegada no Brasil remonta ao final do século XIX, quando aqui desembarcou, imigrando da Itália, para trabalhar na cultura cafeeira. Com o passar dos anos, foram comprando pequenos pedaços de terra para cultivo da cana-de-açúcar, e produziam pinga, rapadura e açúcar mascavo.

“Nasci no seio dessa família, que sempre acreditou no potencial de seu trabalho, apostando tudo no futuro da cana; cresci aprendendo os segredos desse negócio, pelo qual me apaixonei e tenho dedicado toda a minha vida, trabalhando desde cedo nos empreendimentos da família”, afirma o empresário, com raízes profundas no setor. Após o falecimento do pai, João Ometto, em meados da década de 70, assumiu a direção dos negócios da família, onde ainda permanece.

O empresário não esconde que atualmente sua maior preocupação é com a construção da credibilidade para a formação do mercado internacional do álcool. “Tenho plena consciência de nossa capacidade e competência para atuarmos neste mercado e consolidar nossa posição para, assim como no açúcar, liderar as exportações mundiais de álcool combustível”, enfatiza. No seu parecer, a transformação do álcool em commodity proporcionará benefícios que “vão muito além do senso comum”. Além das vantagens econômicas que o desenvolvimento desse mercado trará para o país (geração de empregos e divisas), aponta que “teremos um equilíbrio mais adequado no mercado de açúcar, com a redução da volatilidade dos preços e da produção. É a oportunidade de transferirmos para o mundo a bem sucedida experiência brasileira na utilização do combustível renovável”.

Com toda trajetória familiar e pessoal pelo setor, João Guilherme Sabino Ometto diz ver um futuro promissor para a atividade sucroalcooleira, acreditando que “são pouquíssimos os setores que contam com essa excelente perspectiva”. Ele acrescenta que “ao mesmo tempo em que estamos trabalhando na linha diplomática para quebrar as barreiras que impedem a comercialização do nosso açúcar em mercados importantes, estamos discutindo os meios mais propícios para abrir e consolidar o mercado internacional do álcool, num momento em que pressões sociais e econômicas estão levando grandes potências mundiais (EUA, União Européia e Japão, principalmente) a repensarem suas estratégicas energéticas, focando em alternativas limpas e renováveis, e o álcool, sem dúvida nenhuma, é a saída que mais se adequa à essas demandas”.

Para ele, o Brasil consegue reunir as melhores condições para ajudar a suprir o planeta dessa fonte renovável e limpa, pela conjugação de fatores como: grande disponibilidade de áreas agricultáveis, domínio tecnológico, tradição, competitividade em custos, clima favorável e infra-estrutura adequada para um salto imediato na produção. “Estamos prontos para atender esse novo mercado; precisamos trabalhar duro, organizar e sintonizar ainda mais o setor, para que, com o apoio do Governo brasileiro, possamos enfrentar todas as barreiras que teremos pela frente”, conclui.

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