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Empresa de biocombustível vai investir R$ 160 mi em Cascavel

O vice-governador Orlando Pessuti assinou, junto com o prefeito de Cascavel, Lísias Tomé, o acordo de cooperação técnica entre o município e a empresa de biocombustível BSBios, que deve investir R$ 160 milhões na instalação de sua nova unidade, na região Oeste do Estado. “A instalação da BSBios no município não significa só perspectiva de aumento de renda e desenvolvimento industrial, mas também de vida melhor para toda a sociedade, já que incentiva a produção e consumo do biocombustível”, ressaltou Pessuti.

Os incentivos que o Governo do Estado tem dado ao município com o desenvolvimento do projeto Cascavel Tecnópolis, pela instalação de indústrias e com a duplicação das rodovias que ligam a cidade às outras regiões, também foram lembrados pelo vice-governador. A assinatura do acordo ocorreu na quinta-feira (06).

Lísias Tomé também comentou a importância da vinda de mais essa empresa para o município. “É uma possibilidade que temos de aumentar a produtividade de Cascavel, principalmente dos pequenos agricultores que, por vezes, não poderão produzir grandes quantidades de soja, mas têm a opção da cultura da canola e do girassol”, salienta.

A assinatura contou com a presença do diretor da empresa BSBios, Antonio Rosso, e do diretor de Operações, Erasmo Carlos Battistella, do presidente da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fundetec), Mário Bracht, e do presidente da Companhia de Desenvolvimento de Cascavel (Codevel), Moacir Vozniak.

Bracht enfatizou o papel da empresa para o desenvolvimento da região oeste, principalmente para o projeto Cascavel Tecnópolis. “Essa é mais uma atividade econômica a ser implantada e que dará corpo ao projeto com a tecnologia avançada, respeitando o meio ambiente”, ressaltou.

INVESTIMENTO – A instalação da empresa BSBios representa investimento de R$ 160 milhões. As matérias-primas mais utilizadas na indústria são a soja, a canola, o girassol e a mamona, culturas que também devem ser ampliadas em Cascavel e região.

Em dois anos, a empresa deve estar com a estrutura montada com capacidade de esmagamento diário de 2 mil toneladas de soja. Depois desse período, a empresa começara a operar com canola e girassol. A produção deve atingir 400 mil litros de biodiesel por dia e 150 milhões de litros por ano, fomentando o setor de biotecnologia voltado à agricultura local. “Escolhemos Cascavel por toda a infra-estrutura que o município oferece, por sua vocação agrícola, sua localização privilegiada e pela receptividade que tivemos na prefeitura”, explicou o diretor de Operações da BSBios, Erasmo Carlos Battistella.

De acordo com o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Cascavel (Codevel), Moacir Vozniak, a instalação desta indústria trará desenvolvimento para o município, por ser um setor com boa possibilidade de expansão e também de pesquisa. “Vários setores serão envolvidos, dentre eles as universidades, cooperativas e todos os setores que de alguma forma estão ligados à produção e transporte destes farelos”, ressaltou.

EMPRESAS – Esta é a terceira empresa de grande porte a integrar a parceria do Projeto Cascavel Tecnópolis, encabeçado pela Fundação para Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fundetec) e pela Companhia de Desenvolvimento de Cascavel (Codevel).

Em maio, Lísias Tomé assinou um acordo com duas empresas canadenses do ramo agroalimentar: Serval do Brasil e a Jafaco do Brasil, pertencentes ao grupo Delimax.

A BSBios, com sede em Passo Fundo (RS), foi fundada em 15 de abril de 2005, com finalidade específica para a produção de biodiesel e hoje é considerada uma das maiores empresas do setor da América Latina. A ela estão ligadas não somente a Petrobras e exportadoras como também as empresas transportadoras, ferrovias, frotas pesqueiras, cooperativas agrícolas, prefeituras, fazendeiros produtores de oleaginosas e indústrias que utilizam geradores e estufas a óleo diesel.

A empresa Jafaco trará a tecnologia para confinamento, abate e transformação de vitelos do leite (bovinos machos filhotes) que hoje, no Brasil, são considerados “resíduos” porque são inviáveis economicamente e vistos como “ladrões de leite”. Já a empresa Serval é focada na produção de ração especial com biotecnologia e nutrientes diferenciados. As duas unidades da empresa estão sendo montadas no Parque Tecnológico: um confinamento piloto e uma minifábrica de ração.