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Emprego deve continuar crescendo em SP mesmo sem contribuição dos campos de cana, prevê Fiesp

A capacidade de geração de postos de trabalho da indústria de transformação paulista continuou em expansão no mês de junho, quando o nível de emprego cresceu 0,26% mesmo sem contribuição da indústria sucroalcooleira, que respondeu por apenas 660 das 6 mil vagas criadas no mês. Na avaliação da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o dado é ” positivo ” e há condições de o indicador continuar em alta mesmo com o fim do período de contratações nos campos de cana-de-açúcar.

Na avaliação de Paulo Francini, diretor do Departamento de Economia da Fiesp, a indústria de transformação de São Paulo tem condições de continuar elevando o nível de emprego, pelo menos até o mês de novembro, quando as demissões do setor sucroalcooleiro têm forte impacto sobre o indicador. De janeiro a junho deste ano, o setor de açúcar e álcool empregou 105.080 pessoas, o equivalente a 74% do total de 142 mil postos gerados no período.

A variação deste mês de junho foi melhor do que as verificadas no mesmo mês de 2006 (+0,05%) e de 2005 (-0,15%), embora esteja muito abaixo da alta de 0,49% registrada em junho de 2004. Apesar de o desempenho do emprego esteja aquém do que a indústria avalia como ideal (o ano de 2004), a Fiesp ajustou sua previsão de expansão do indicador deste ano para algo entre 1,5% a 2%. Até então, a estimativa era de um aumento de 1% a 2% no nível de emprego de 2007. Uma alta de 2% equivale a 40 mil novas vagas.

Mesmo assim, o dirigente pondera que o papel da indústria está sendo comprometido pelas condições cambiais. ” É um pouco o que o (governador de São Paulo, José) Serra falou ontem. Nós estamos jogando parte do crescimento no lixo, o que não aconteceria se o câmbio estivesse no lugar certo ” , disse.