A Medida Provisória (MP) 647/14, que prevê o aumento de 5% para 7% no percentual de mistura obrigatória de biodiesel ao óleo diesel, ganhou ontem uma emenda propondo também a elevação da mistura de etanol anidro na gasolina, atualmente em 25%. A emenda, incluída pelo deputado federal Milton Monti (PR/SP), propõe a adição de 30% de anidro à gasolina. O argumento é de que esse aumento ajudaria a aplacar a crise enfrentada pelo setor sucroalcooleiro.
Pela emenda, o percentual de 30% seria fixado durante um ano, podendo ser renovado por mais seis meses consecutivos, a depender da necessidade.
Em entrevista ao jornal “O Globo”, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que o governo quer aumentar a mistura de etanol anidro na gasolina, de 25% para 27,5%, “o mais rápido possível”. Segundo Lobão, o ministério encomendou estudos técnicos ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras sobre o impacto da mudança.
Mas há resistências a serem enfrentadas, em especial da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que vê prejuízo dessa elevação aos veículos que são movidos exclusivamente à gasolina.
Em entrevista coletiva realizada ontem pela manhã, o presidente da entidade, Luiz Moan, afirmou que cerca de 40% da frota dos veículos no país ainda é movida somente à gasolina. E que o aumento do percentual acarretaria problemas técnicos a esses veículos, como o desgaste prematuro do motor e a maior emissão de poluentes.
A MP 647, que tramita no Congresso, segundo a Agência Câmara, será analisada em uma comissão mista de deputados e senadores. O parecer aprovado na comissão ainda passará pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado.
Fonte: Valor Econômico