A Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport) deu início às obras de construção de sua unidade ao lado do Porto de Santos, no litoral paulista. O terminal, que será usado para movimentar contêineres e etanol, entrará em operação em 2012.
A direção da empresa fechará ainda este ano um financiamento de R$ 1,6 bilhão para garantir os investimentos necessários para a primeira fase do empreendimento.
Outros R$ 600 milhões serão aplicados até 2015 para a ampliação da capacidade de movimentação de carga.
“Estamos em processo avançado para fechar o financiamento.
Dependemos apenas da assinatura”, afirmou Francisco Nuno Neves, presidente da Embraport. O início das obras está sendo feito com o dinheiro em caixa da empresa. O financiamento de R$ 1,6 bilhão vai garantir a parte mais pesada do projeto, como a compra de equipamentos.
A operação será capitaneada pela Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiarão R$ 800 milhões. O restante será captado, em dólares, junto a dois bancos internacionais e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A Caixa será a repassadora integral dos recursos, operando como um banco de investimentos, explicou Geraldo Villin, diretor-presidente da Odebrecht Transport e presidente do conselho da Embraport.
A instalação do terminal privado de multiuso provocou polêmica no ano passado quando o Grupo Coimex – que liderava o projeto – vendeu 51,4% do capital da empresa para a Odebrecht Investimentos em Infraestrutura (OII) e para a DP World, operadora de portos controlada pelo governo de Dubai. Além dessas duas empresas, o Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) aplicou R$ 462,5 milhões no empreendimento, garantido uma participação de 33,33%.
MUDANÇA. A Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso Público (Abratec), que reúne empresas do setor privatizadas nos anos 1990, questionou a mudança societária e a entrada da DP World no mercado brasileiro. Apesar disso, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou em maio, por unanimidade e sem restrições, a mudança no controle da empresa.
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) manteve a outorga para construção do terminal em Santos. A primeira fase do projeto prevê a construção de um cais de 600 metros e deve levar 24 meses para ser concluída. Na segunda etapa, o cais será ampliado para 1.100 metros.
Segundo Nuno Neves, o terminal terá capacidade para movimentar 2 milhões de contêineres – tecnicamente conhecidos como TEU – e 2 milhões de metros cúbicos de etanol por ano. A segunda fase do terminal poderá ser antecipada.