Mercado

Em Pernambuco a previsão é de 15 milhões de toneladas

A produção do estado corresponde a cerca de 30% da colheita da região Nordeste. O setor sucroalcooleiro de Pernambuco deve colher, durante a safra 2006/2007, um total de 15 milhões de toneladas de cana. Com isso, o setor também se recupera da safra passada, quando esmagou apenas 13,9 milhões de toneladas de cana, a terceira pior colheita da história do Estado de Pernambuco. “O nosso maior desafio agora é estabilizar a produção para que não iniciemos as entressafras sem produtos acabados. Além de termos uma atividade com fluxo de caixa descasado, ainda convivemos com uma redução no quadro total de produção, notadamente por questões climáticas”, explica Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar/PE.

As 15 milhões de toneladas de cana de Pernambuco vão representar 30% do total de 50 milhões de toneladas que o Nordeste deve esmagar na safra 2006/2007. Já o Brasil deverá colher 415 milhões de toneladas nesta safra. Mesmo com o crescimento em relação à safra passada, o setor estima em cerca de R$ 300 milhões os prejuízos com a produção de cana em Pernambuco.

“Estamos recuperando a lavoura, pois perdemos muito na safra passada com a seca. Neste ano vamos ter um faturamento bruto de no máximo R$ 1,2 bilhão, quando poderíamos chegar a cerca de R$ 1,5 bilhão”, afirma Cunha.

Com o final da safra, que vai ocorrer em fevereiro de 2007, o setor em Pernambuco terá uma produção de 1,25 milhão de toneladas de açúcar. Desse total, cerca de 650 mil toneladas serão destinadas ao mercado internacional. Isso representa 55% da produção. Com relação ao álcool, serão produzidos 350 milhões de litros. O estado será responsável, nesta safra, pela exportação de cerca de 90 milhões de litros de álcool combustível. Ou seja, o setor vai exportar 25% dessa produção. O Nordeste tem uma época diferente de safra em relação ao Centro/Sul. “É uma safra complementar que vai de agosto a fevereiro.”Para garantir a estabilização da produção, o Sindaçúcar/PE está desenvolvendo, em parceria com a Secretaria Nacional de Desenvolvimento Agropecuário do Ministério da Agricultura, o projeto de agropólos da cana. “Os agropólos funcionam como uma espécie de parceria público-privada e terão, em Pernambuco, o foco voltado para a questão ambiental. A idéia é agregar valor à cultura da cana por meio de ações ambientais nas lavouras próprias e dos fornecedores, pois o sindicato dos cultivadores também está engajado”, explicou o presidente do Sindaçúcar.

Oscilações

O desafio da estabilização da produção se faz necessário, pois a colheita de cana em Pernambuco vem oscilando nas últimas safras. Em 2002/2003 a produção foi de 14,6 milhões de toneladas, subindo para 17,5 milhões na safra seguinte. Em 2004/2005 caiu para 16,6 milhões e chegou ao terceiro pior resultado da história em 2005/2006, com uma produção de apenas 13,9 milhões.

As piores safras do estado aconteceram em 1993/94, com 12 milhões de toneladas de canas esmagadas, e em 1999/00, com 13,2 milhões de toneladas. A proposta do Sindaçúcar é tentar recuperar o crescimento do setor e alcançar o recorde da colheita da safra 1986/87, quando foram esmagados 25,7 milhões de toneladas de cana.