O álcool hidratado, que chegou a custar R$ 1,29, era comercializado ontem a preços que chegam até a R$ 0,85 o litro nos postos de abastecimento de Jaú, importante pólo sucroalcooleiro paulista. O preço baixo é atribuído ao começo da safra, que levou usinas e distribuidoras a desovarem os estoques da safra passada para receber mercadoria nova. A situação anima o consumidor que, pelo segundo ano consecutivo, vê o preço do combustível baixar nessa época.
No ano passado, o litro do álcool chegou a ser comercializado a R$ 0,59.
A queda de preços começou há 15 dias e, segundo alguns donos de postos, ainda não chegou ao preço mínimo.
Eles estimam que nos próximos dias o jauense estará pagando R$ 0,80 pelo litro e que esse seja o patamar mínimo, pois agora existe maior número de veículos novos a álcool: os bicombustível e os que recebem pequenas alterações eletrônicas e passam a consumir álcool no lugar da gasolina.
Também citam aqueles que andam com a mistura popularmente conhecida como rabo-de-galo. Eduardo Abdala Charroud, dono de um posto, disse que o álcool passa a ser o atrativo do estabelecimento que, com preço baixo nesse combustível, acaba vendendo também gasolina e serviços.
Segundo João Saggioro, presidente da Associação dos Proprietários de Postos de Jaú, mesmo satisfazendo o cliente, esse regime de baixa de preços não é bom para o setor. Para ele, isso acaba descapitalizando as empresas e, talvez por isso, não é adotada em outros municípios da região.
De fato a redução de preço em Jaú não foi acompanhada por outros municípios de São Paulo.
Apesar do preço do álcool nas usinas ter caído cerca de 22% desde a primeira quinzena de abril, o consumidor ainda não sentiu alívio no bolso.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Paiva Gouveia, no álcool hidratado, o consumidor só teve redução de R$ 0,07, comparado aos R$ 0,17 verificados na produção. Na gasolina, que tem 25% de álcool misturado, a queda foi de R$ 0,01. As distribuidoras não repassaram toda redução para os postos. Segundo o Sindicatos das distribuidoras (Sindicon), o repasse de preço está sendo feito de acordo com o estoque de cada empresa. Mas a tendência é de queda.