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Ele é a cara do Brasil

Apelar para o emocional. Eis um acerto inquestionável da Volkswagen para divulgar a nova versão do Gol. Surgido em 1980, o carro bateu todos os concorrentes, se tornou líder de vendas seis anos depois e se mantém no alto do pódio até hoje. Nestes 25 anos, foram vendidas mais de 4,5 milhões de unidades. Recorde absoluto. O Gol, de fato, é a cara do Brasil.

A montadora alemã sabe bem disso e, ao lançar o Geração 4, explora com habilidade todas as novas qualidades. O G4 já está nas ruas. Mais bonito, mais moderno, bicombustível nas cinco versões. Suas grandes virtudes, no entanto, são aquelas mesmas que todo proprietário ou ex-proprietário conhece bem. O Gol é confiável, raçudo e não tem frescura.

O G4 chega nas variações City 1.0 (R$ 25.063 duas portas e R$ 26.369 quatro portas) e City 1.6 (R$ 28.275 duas portas e R$ 29.804 quatro portas), Plus 1.0 (R$ 27.605 duas portas e R$ 29.179 quatro portas). Há ainda o Power 1.6 (R$ 32.829) e Power 1.8 (R$ 33.312). Estes dois últimos só existem no modelo quatro portas. É bom frisar que todos estes preços são os de tabela e podem variar de acordo com as promoções feitas pelas concessionárias e com eventuais opcionais que o comprador queira acrescentar. A nova geração do Gol vem equipada exclusivamente com motores Total Flex, que podem ser abastecidos com álcool, gasolina ou com a mistura dos dois combustíveis em qualquer proporção.

Do G3 para o G4 foram modificados exatos 1.088 itens. O desafio da Volks foi modernizar o carro sem violar o design de sucesso. A frente exibe agora um elemento em V, com faróis em policarbonato transparentes e arrojados, bem horizontais. Segundo a Volks, o desenho formado pelo capô e pelo pára-choque dianteiro exprime a nova identidade mundial da marca. O Gol, assim, fica mais parecido com os hatchs europeus.

A traseira, com aerofólio integrado à tampa, está mais arredondada, o que realça bem as lanternas e dá um visual ainda mais esportivo ao veículo. Mais uma vez, as mudanças estão em conformidade com a nova tendência mundial da montadora alemã.

O interior do carro teve uma reformulação mais radical. Novos difusores (circulares) de ar e novo volante (o mesmo do Fox) de três raios e novos revestimento. A texturização realça o aspecto clean, com menos detalhes e visual mais homogêneo. Inspirados no New Beetle, os difusores são práticos e funcionais. O ganho de funcionalidade do Gol G4 também pode ser notado por meio do novo sistema de acionamento dos vidros elétricos, que migrou do painel para as portas, simplificando o manuseio. É o tipo da mudança que faz você pensar “por que não fizeram isso antes?”

As portas ganharam um novo revestimento em polipropileno, prático e fácil de limpar. Ao todo, o novo Gol passou a oferecer 11 porta-objetos, nas versões duas portas, e 13, nas versões quatro portas, contra apenas 7 da geração anterior.

TEST DRIVE – O Jornal do Commercio testou o Gol G4 na versão 1.0 de quatro portas. Aqui é preciso fazer uma pequena ressalva. Se você dirige um carro com motorização igual ou superior a 1.6 e troca, repentinamente, para um 1.0 é impossível não achar o novo carro amarrado. Segundo os revendedores, a perda de torque nos motores 1.0 do G4 é compensada com a economia de combustível. Portanto, se quiser priorizar o bolso, vá de 1.0. Mas se você gosta de pisar fundo e ver resposta rápida, prefira o 1.6 ou, melhor ainda, o 1.8. Ressalva à parte, depois que você se acostuma com o carro, mesmo o 1.0, vem a satisfação. Trata-se do bom e “velho” Gol com uma nova roupagem. O reinado deve continuar.