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Efeitos diferentes nas bombas

O preço da gasolina se manteve estável em Porto Alegre depois da mudança na mistura de etanol e da redução da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) sobre o combustível, que entraram em vigor no início do mês.

Levantamento feito por Zero Hora em 21 postos de Porto Alegre no dia 11 de janeiro – quando foi anunciada a diminuição de 25% para 20% na mistura de álcool à gasolina – e ontem mostrou que o litro do derivado de petróleo permaneceu na casa dos R$ 2,58. Ao reduzir a presença de etanol na mistura a partir de 1º de fevereiro, técnicos do governo previam alta no preço da gasolina e, para evitar a subida, no dia 5 deste mês a Cide foi reduzida em R$ 0,08. A medida parece ter surtido efeito, mantendo o valor da gasolina praticamente inalterado, pondera o presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lubrificantes do Estado (Sulpetro), Adão Oliveira.

– A repercussão nos preços foi mínima – define.

Mínima quando se trata da gasolina, porque o valor do álcool aumentou 2,1% em Porto Alegre, segundo a pesquisa de ZH. Ou seja, a redução da Cide funcionou para evitar um efeito colateral de um remédio que não surtiu muito efeito: o preço do álcool segue subindo por conta dos baixos estoques do produto, provocados pelas altas vendas em meados de 2009 e pela menor produtividade da cana devido às chuvas na Região Sudeste.

Tanto a mistura menor de álcool à gasolina quanto à redução da Cide valem até o dia 30 de abril. A tendência é de que os preços do álcool comecem a se estabilizar e, a partir de maio, com o início da colheita de cana-de-açúcar, caiam.

No início do mês, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo estuda medidas para criar estoques reguladores de álcool, para evitar fortes oscilações de preço. Para se ter uma ideia, o eta! nol no Estado custava, em média, R$ 1,579 em junho, contra R$ 2,348 verificado no levantamento mais recente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em 13 de fevereiro – alta de 48,7%.