Mercado

ED&F MAN defende controle da oferta de açúcar do Brasil

“No Brasil pensam que é natural o País deter 70% das exportações de açúcar no mercado internacional , mas talvez isso não seja sustentável”, afirmou esta manhã Farideh Bromfield, diretora da trading ED&F MAN, em palestra realizada durante evento da Hencorp Commcor, em São Paulo, dentro da semana do Sugar Dinner. Segundo ela, uma das principais questões que envolvem o futuro do setor sucroalcooleiro é saber até que ponto o mercado mundial pode lidar com a polarização do Brasil no fornecimento de açúcar.

“Não é verdade que o Brasil seja o foco de pressão dos preços no mercado internacional”, afirmou Luiz Carlos Corrêa de Carvalho, diretor da Canaplan. Ele argumenta que, nas últimas sete safras, a produção de cana-de-açúcar cresceu 1,98% ao ano.

Segundo ele, o setor de açúcar é extremamente protegido em todo mundo, o que leva a um aumento expressivo da oferta sem considerar os custos de produção – ao contrário do que acontece no Brasil, que produz grandes safras porque tem baixo custo e é competitivo.

Outro argumento de Carvalho é o tamanho do estoque brasileiro. Segundo ele, o País vai exportar nesta safra 11,5 milhões de toneladas e o estoque de passagem de açúcar ficará entre 300 e 500 mil toneladas. Bromfield, da ED&F MAN, defendeu que os países produtores criem uma estrutura de armazenamento para controlar a oferta de açúcar, como meio de interromper a queda contínua nos preços do produto.

Segundo ela, o excedente de produção está na ordem de 20 milhões de toneladas nos últimos quatro anos. “Na Índia, é possível estocar o açúcar ao relento. No Brasil isso não é possível e será necessário encontrar um lugar para colocar o estoque”, disse. Ela também sugeriu que os exportadores utilizem a capacidade de produção de álcool para diminuir a oferta de açúcar.

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