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Economia está imune à eleição, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acredita que os sociólogos e os politicólogos vão ter de montar novas teorias a partir das eleições deste ano no Brasil, porque o País terá uma tranqüilidade inédita em matéria de economia. Em palestra feita em bom português para cerca de 300 investidores, economistas chefes de bancos que operam no Brasil e empresários, reunidos durante o almoço do 2006 Brazil Summit, promovido ontem pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em Nova York, Mantega afirmou que a economia brasileira nunca esteve tão sólida e imune às turbulências de ano eleitoral. Aquela fuga de capitais que normalmente ocorre não vai haver, porque não há razão de fugir, disse o ministro. Fugir para onde? Você quer melhor lugar para ter aplicações de capital? O que garante a estabilidade da economia este ano, segundo ele, é a solidez da economia brasileira. Mantega desafiou qualquer economista a encontrar outro momento na história econômica do Brasil em que houvesse, ao mesmo tempo, crescimento econômico de 4%, dívida pública sob controle com redução da relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB), melhoria das contas externas, inflação e endividamento externo totalmente sob controle. Tudo isso e ainda com crescimento, salientou.

Segundo o ministro, o préteste dessa imunidade foi visto quanto estouraram os escândalos políticos no ano passado, em que a economia não foi afetada.

A confiança na estrutura do setor que ele passou a comandar há poucas semanas o levou a prever a continuidade do crescimento do PIB na média dos 5%durante cinco, seis, oito, dez anos consecutivos, independentemente de quem seja o próximo ocupante do Palácio do Planalto.

Mantega foi o orador principal no grupo formado pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, pelo secretário do Tesouro, Carlos Kawall Leal Ferreira, e pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Em sua palestra, o ministro da Fazenda enfatizou o mesmo otimismo das mensagens dos representantes da equipe econômica que falaram pela manhã, numa exposição em inglês.

A recepção da platéia foi boa.

Mas no final, um investidor americano quis saber: Com tal visão positiva do futuro do Brasil, qual será o futuro das taxas de juro?. Mantega respondeu que, pelo panorama da dívida pública brasileira, pela condição das contas fiscais e sobretudo pelo controle da inflação, a tendência é que haja redução das taxas. A tendência é que os juros sejam declinantes no médio e longo prazos. Os de longo prazo já estão menores do que os de curto prazo, o que leva a supor que haverá uma tendência declinante. A grande preocupação internacional com a alta do petróleo foi a deixa, tanto para Mantega como para Roberto Rodrigues, para exibir o Brasil como líder de um movimento em direção a uma nova matriz energética. A produção e o consumo do etanol podem exercer efeito positivo para a maioria dos países, disse Mantega.

Meirelles garante: ´crescimento está mais equilibrado´

O presidente do Banco Cen-???tral, Henrique Meirelles, avaliou que a recuperação econômica está muito mais equilibrada.

Em evento da Câmara BrasilEUA em Nova York, ele exemplificou, com dados do consumo doméstico, produção industrial, vendas no varejo, criação de emprego e confiança do consumidor e corporações – todos em elevação – o potencial de crescimento do País.

Segundo Meirelles, o investimento está ficando mais previsível. Para ele, o Brasil não apenas é capaz de atingir o potencial de crescimento como também é capaz de elevar este potencial.