Presente no dia-a-dia das empresas, o conceito de sustentabilidade dá o tom às atividades industriais com o objetivo de transmitir a imagem de respeito e confiabilidade ao consumidor final e à sociedade. Iniciativas que considerem os cuidados com o meio ambiente são o primeiro passo para o lançamento ou a manutenção de um produto ou serviço no mercado. Michelin, V&M do Brasil e Klabin são empresas que já adotam estratégias para reduzir o impacto de sua atividade no meio ambiente com o tratamento de resíduos sólidos, a redução da emissão de poluentes e a preservação de áreas de florestas.
“O respeito com clientes, acionistas e sociedade começa com o meio ambiente. A educação ambiental é uma estratégia para fazer com que estes resultados possam ser replicados dentro da empresa e nas comunidades que atingimos direta ou indiretamente”, diz Paulo Roberto Lima Bonfim, gerente de comunicação da Michelin.
Um dos momentos importantes para a Michelin foi o lançamento, em 1992, do pneu verde, o Green X, que substitui o pneu negro de carbono por uma mistura à base de sílica. O produto reduz a resistência à rodagem em mais de 30% em relação a um pneu convencional, o que representa uma redução do consumo de combustível da ordem de 5%. Pesquisas feitas pela empresa mostram que os impactos ambientais são ocasionados na fase de utilização do pneu, que contribui para o consumo de combustível e as emissões de poluentes do motor.
No Brasil, a empresa também implantou o projeto Ouro Verde Bahia, um corredor ecológico no sul do estado baiano, onde a companhia possui plantações de seringueiras. Responsável por 10% de toda a produção nacional de borracha natural, a empresa vem imple-mentando iniciativas para a geração de emprego e renda na região: 5 mil hectares do total de 10 mil da fazenda do projeto Ouro Verde foram destinados à plantação de seringueira e de cacau. A iniciativa renderá 400 novos postos de trabalho ao longo de dez anos. A distribuição de 20 mil mudas de seringueira este ano e 200 mil a partir do ano que vem também são estímulos para a agricultura familiar da região.
A preocupação ambiental rendeu à Klabin a certificação pelo Forest Stewardship Council (FSC) por suas florestas localizadas no Paraná e em Santa Catarina, onde a Klabin e a ONG Apremavi lançaram uma parceria inédita, o Programa Matas Legais, com o objetivo de aumentar as áreas de mata nativa no Estado de Santa Catarina. “O projeto traz benefícios ambientais, econômicos e sociais ao proporcionar aos pequenos produtores o acesso à nossa cadeia produtiva”, afirma Reinaldo Poernbacher, diretor Florestal da Klabin.
A Klabin é a maior recicladora de papéis do País, com capacidade para produzir 400 mil toneladas anuais de papel reciclado. Recentemente, a empresa desenvolveu, juntamente com a Tetra Pak, TSL Ambiental e Alcoa, tecnologia inédita no mundo que permite a reciclagem total de embalagens longa vida, um investimento de R$ 12 milhões compartilhados entre as quatro empresas.
A nova planta está localizada ao lado da fábrica da Klabin em Piracicaba, cuja linha de produção já recicla a camada de papel das embalagens cartonadas (longa vida) e recebeu da Klabin investimentos de US$ 2,5 milhões nos últimos cinco anos. Ao todo, a Klabin possui 186 mil hectares de florestas com pinus e eucalipto e 123 mil hectares de florestas preservadas em Santa Catarina, São Paulo e Paraná.
Desde 2001 a Vallourec & Mannesmann do Brasil decidiu abandonar o processo de fabricação tradicional e optou por utilizar o carvão vegetal na usina siderúrgica do Barreiro, em Belo Horizonte (MG). Com capacidade para produzir 508 mil toneladas por ano, a siderúrgica desenvolveu um processo de produção pioneiro no mundo que utiliza 100% de energia renovável. Ao utilizar o carvão de eucalipto, a V&M reduz a emissão do gás carbônico na atmosfera.
Em 2004, a empresa do grupo francês investiu R$ 14 milhões em projetos ambientais. “A preocupação com impacto ambiental é o grande diferencial do Tubo Verde. A empresa bancou a idéia e apostou no projeto, quando a indústria optou por utilizar o coque na produção, que é mais barato”, diz Guilherme Freitas, assessor de Meio Ambiente da V&M do Brasil.
A iniciativa de lançar a marca Tubo Verde foi apresentada às Nações Unidas e renderá uma nova receita pela venda de créditos de carbono, amparado pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, do Protocolo de Quioto, tratado ambiental de combate ao aquecimento global. O grupo já recebeu os mais importantes certificados internacionais de qualidade e ambiental, como o FSC.