A Rússia deverá ser mesmo o fiel da balança na assinatura do Protocolo de Kyoto, que se arrasta por quase uma década. E o Japão, por ter sido o anfitrião e o primeiro a assinar o famoso Protocolo está politicamente comprometido em reduzir suas emissões poluentes. De acordo com o que Takao Omae, presidente da Mitsui Brasil, disse hoje na InfoCana, em Ribeirão Preto, o governo japonês está buscando alternativas de energia renovável para suprir sobretudo suas deficiências no transporte. Omae abordou o tema Perspectivas Reais do Programa de Adição do Álcool à Gasolina no Japão.
A implantação no Japão está programada para ser aplicada de forma gradual. Neste primeiro momento, os japoneses estão adotando em grandes cidades a mistura E3, com 3% de mistura de etanol na gasolina, já aprovada pela indústria automobilística do País.
O governo japonês dá como certa a aprovação do E3 e pensa em implantá-lo em nível nacional, informa Takao Omae. Ele faz a seguinte projeção: implantando-se o E3 em nível nacional o consumo anual de etanol saltaria para 1,8 bilhão de litros.
Num segundo momento – em torno de 2010 – os japoneses devem homologar a adição de 10% de álcool na gasolina, o chamado E10. Isto significaria 6 bilhões de litros por ano. Estes números batem com a previsão de Philipp Meeus, da Altra Suíça (veja texto neste site, com a data de hoje).
O volume previsto não inclui a adição do etanol no diesel, ressalva Takao Omae. O Japão anuncia planos de adicionar 15% de etanol no diesel até 2010.
As perspectivas de consumo de todo esse alto volume de álcool – estão atreladas à ratificação do Protocolo de Kyoto e à definição de políticas de energia e ambiente japonesas. Ainda que os EUA não assinem o tatado, o voto da Rússia dará legitimidade ao acordo global de redução de poluentes. O governo japonês trabalha com prazo de 5 a 7 anos para implementar todas essa políticas de adição.