O alcoolduto é apontado pelos empresários do setor sucroalcooleiro de Mato Grosso como a principal solução ao problema da logística de transporte e a grande via para o Estado atingir os mercados internacionais. Segundo eles, atualmente o álcool percorre uma longa distância para chegar às refinarias, tirando a competitividade dos produtos frente a outros concorrentes.
“De fato, a logística é o principal gargalo para a produção não apenas de álcool e açúcar, mas também das commodities, como a soja e o algodão”, ressalta uma fonte da Barrálcool, lembrando que os custos de produção na região são bem maiores do que os dos grandes centros, “sendo que boa parte dos insumos e maquinários vem de outras regiões do país”. A Barrácool tem sede em Barra do Bugres (167 quilômetros ao norte de Cuiabá)
Os usineiros acreditam que o alcoolduto poderá viabi! lizar a exportação do etanol mato-grossense. “Não exportamos álcool pela falta de logística ideal”, lembra o diretor executivo do Sindicato das Indústrias sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool), Jorge dos Santos.
Atualmente, o álcool produzido em Mato Grosso percorre uma distância de 1,6 mil quilômetros para chegar à refinaria de Paulínia (SP). Com o alcoolduto partido de Goiás, esta distância será encurtada pela metade, dando mais competitividade ao produto.
De acordo com levantamento, o custo do transporte até aos portos exportadores chega a ser até quatro vezes mais do que o custo entre os portos e o porto de Amsterdã, na Holanda. Enquanto a despesa com frete chega a US$ 80 por tonelada transportada da região Sul do Estado aos portos de exportação, no trajeto porto-Amsterdã este custo cai para US$ 20, representando uma diferença de 75%. (MM)