Mercado

Dreyfus leva usinas do Tavares de Melo

O grupo francês Louis Dreyfus anunciou ontem a compra de quatro usinas e uma destilaria do Grupo Tavares de Melo.

Com a aquisição, o Dreyfus mais que dobra sua capacidade de processamento – sai de 5,6 milhões para 11,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar a partir desta safra. O valor do negócio não foi revelado.

A expectativa é que o processamento de cana do grupo atinja a marca de 18,5 milhões de toneladas de cana a partir de 2009, com a conclusão das obras da Usina Esmeralda. Acreditamos que o Brasil tem um espaço muito grande para crescer com a demanda externa por açúcar e também pelo mercado interno de etanol de cana, afirma Bruno Melcher, diretor-executivo do Dreyfus.

Entre 2004 e 2006, os investimentos realizados pelos franceses no setor sucroalcooleiro atingiram US$ 162,1 milhões.

Entre 2007 e 2009, a expectativa do grupo é aplicar outros US$ 309,7 milhões. Nesse montante não está incluída a compra dessas usinas, nem novas oportunidades de investimentos que possam surgir no futuro, afirma Melcher.

Para o Grupo Tavares de Melo, a decisão de vender as usinas deve-se a um realinhamento de negócios. A empresa atua nos setores de embalagens, calçados e de combustíveis nas áreas de armazenagem e distribuição. O grupo será parceiro do Dreyfus no arrendamento de terras para plantação de cana, já que as propriedades não foram incluídas na negociação.

INGLESES

O grupo inglês Infinity BioEnergia anunciou também investimentos de cerca de R$ 85 milhões na reativação da Alcana Destilaria de Álcool, localizada no município de Nanuque, no Vale do Mucuri, em Minas Gerais. A conclusão do projeto está prevista para 2009.

Criado no ano passado, o grupo investiu US$ 700 milhões na aquisição de usinas no Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Bahia, e na compra de terrenos e equipamentos para a construção de cinco novas unidades nos próximos nove meses.

A companhia tem planos ambiciosos: quer ser a segunda maior produtora de álcool e açúcar do Brasil. Em quatro anos, os ingleses pretendem atingir uma produção de seis milhões de toneladas de cana ao ano. O Cosan, maior grupo sucroalcooleiro do País, tem uma capacidade de processamento quase sete vezes maior.