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Dow poderá ter novo sócio em joint venture

A fabricante americana Dow Chemical deu um prazo de até dois meses para que os novos acionistas da Santelisa, empresa de açúcar e álcool recém-vendida, se decidam por continuar na joint venture para construção de uma fábrica de polietileno a partir de cana-de-açúcar.

“Eles estão numa fase de transição”, disse o diretor comercial de plásticos da Dow no Brasil, Diego Donoso. “Precisamos aguardar, mas em um a dois meses eles terão de se manifestar.”

O executivo disse que a alternativa é procurar um novo sócio local caso o novo acionista da Santelisa, o grupo francês Louis Dreyfus, desista do projeto de produzir plástico. “Queremos ter um sócio, um parceiro estratégico no Brasil que possua a tecnologia no segmento de etanol”, disse Donoso.

A Dow pretende erguer uma fábrica com capacidade de produzir 350 mil toneladas de polietileno, um tipo de resina usado pela indústria do plásticos para fabricação de embalagens e autopeças. A intenção é integrar a fábrica a uma usina de produção de etanol obtido a partir de cana-de-açúcar, de forma a colher maior sinergia na produção da resina plástica. O projeto é o de maior envergadura da Dow no Brasil, mas a empresa não revela seu investimento. Estimativas extra-oficiais dão conta de que o valor final poderá chegar a US$ 1 bilhão.

O executivo de plásticos da Dow na região latina-americana afirmou que, depois da crise, o projeto de polietileno foi levado para revisão pelo comitê global de investimentos da companhia nos EUA, que avalizou e o manteve entre as prioridades de desenvolvimento pela empresa. “Não é um projeto para cinco anos, mas para 15 ou 30 anos.”

Segundo Donoso, a Dow acredita que conseguirá colocar a fábrica em operação no prazo previsto para 2011. “Houve queda na demanda e os prazos para compra de equipamentos encurtaram em relação ao período antes da crise. É possível construi! -la em 12 a 18 meses.” (AV)