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Dólar tem terceiro dia de queda após dados fracos da economia americana

Dólar tem terceiro dia de queda após dados fracos da economia americana

O dólar tem queda pelo terceiro dia nesta quinta-feira (14), guiado por dados piores que o esperado nos Estados Unidos, que voltaram a alimentar a expectativa de que o Federal Reserve (banco central americano) possa demorar mais tempo para começar a subir os juros naquele país.

Às 11h55 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,39% sobre o real, cotado em R$ 3,009 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, recuava 0,85%, para R$ 3,011.

“A presidente do Fed [Janet Yellen] já disse que, uma vez iniciado o processo de elevação dos juros, a autoridade não voltará atrás. Sendo assim, ao meu ver, o Fed deve esperar mais um pouco antes de dar esse passo, já que os indicadores que têm sido divulgados nos EUA mostram dados mistos. Um aumento na reunião de junho ou julho é improvável”, afirmou João Medeiros, diretor de câmbio da Pioneer Corretora.

Uma alta do juro americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA –que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco– mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes, provocando uma saída de recursos dessas economias.

A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima, por isso a possibilidade de um aumento mais distante no juro reduz a pressão no mercado cambial nesta quinta.

“Mesmo assim, o mercado já está precificando os juros de dez anos nos EUA com taxa de 2,25%, antecipando o que inevitavelmente vai acontecer mais cedo ou mais tarde”, disse Medeiros. “Os sinais que o Fed tem dado indicam que a alta da taxa deve ficar para a segunda metade do ano.”

federal-reserve-4001A sequência de quedas do dólar, segundo Tarcisio Rodrigues, diretor de câmbio do Banco Paulista, pode motivar novas alterações no volume de intervenção do Banco Central do Brasil no câmbio. “Se a moeda americana cair para muito menos de R$ 3, o BC deve reduzir suas atuações, como fez no início deste mês”, disse. “A autoridade já mostrou que esse patamar é confortável tanto para as exportadoras quanto para a inflação no país.”

Nesta quinta-feira, a autoridade monetária brasileira rolou para 2016 os vencimentos de 8,1 mil contratos que estavam previstos para o início de junho, em um leilão que movimentou US$ 394,3 milhões. A operação é equivalente à venda futura de dólares.

Se mantiver esse ritmo até o final de maio, o BC rolará apenas 80% do lote total de contratos de swap com vencimento no início do próximo mês, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.

(Fonte: Folha de S.Paulo)

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