As grandes distribuidoras de combustíveis não repassarão ao consumidor final as altas do dólar
dos últimos dias, segundo informaram, ontem, dirigentes do Sindicato Nacional das Empresas
Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), que representa empresas como
Esso, Ipiranga, Shell e Texaco. Para eles, a atual crise cambial é um evento isolado, fruto de um
cenário macroeconômico desfavorável. “As distribuidoras não consideram oportuno mexer no
preço da gasolina em um momento de volatilidade”, diz João Pedro Gouvêa Vieira, presidente do
Sindicom e membro de uma das famílias controladoras do grupo Ipiranga. Ao contrário do que
propuseram as distribuidoras de GLP (gás de cozinha), as distribuidoras de combustíveis
automotivos não esperam que a Petrobras, fornecedora do insumo, segure a variação do câmbio
por um longo período. As companhias de GLP reivindicarão ao governo federal que a Petrobras
reajuste os preços semestralmente. As distribuidoras de combustíveis e lubrificantes são contra
qualquer intervenção do governo no mercado de combustíveis, tanto na distribuição e revenda,
quanto na refinaria. “A responsabilidade da ANP (Agência Nacional do Petróleo) é intervir sempre
que houver distorção de mercado, mas via Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)
e SDE (Secretaria de Direito Econômico)”, disse o presidente do Sindicom. (Gazeta Mercantil)